Devo confessar: quando um livro causa tanta comoção assim eu fico com um pé atrás. 1º porque gosto de remar contra a maré, então adoraria dizer Não Curti para um livro que 99,9% das pessoas AMA! 2º porque eu sempre olhei torto pra esse plot e pensava: a autora tem que ser muito boa pra conseguir fazer a gente acreditar e gostar de uma coisa tão LOUCA assim. Então eu meio que já comecei a ler com uma birra. Mas é aquilo, quando algo é bom, é BOM e não adianta tentar negar....
Todos sabem a ideia geral da historia? Uma sociedade dominada por um governo totalitário e ditador, onde os que tem muito, tem tudo e os que tem pouco, tem quase nada. Nessa parte pobre da vida de Panen é que vive Katniss Everdeen, nossa narradora e protagonista. Ela mora com a mãe e a irmã menor e praticamente sustenta a família, caçando e vendendo o que consegue além de outras coisitas. Achei a situação em que ela vive de dar dó mesmo. Me convalesci sinceramente.
Mas assim, não gostei muito de Kat. Sei que tudo se deve ao fato dela ser jovem (16 anos) e ter uma vida tão dura, com toda a historia de manter a família, mas ela realmente age como uma pessoa muito amargurada, triste e que não se preocupa com nada nem ninguém ALÉM da sua irmã menor Primerose. Quer dizer, não gostei de como ela fala da mãe ou do pai falecido – sabe, quase como se eles não fossem nada importantes, apenas um acaso da vida. Numa analise geral do livro, eu digo que Katniss tem sim um quê de girl power em suas atitudes, mas é cega para enxergar coisas que estão quase batendo na face dela – mas isso explicarei melhor num post separado, porque vou tentar ser concisa na resenha e comentar os aspetos gerais.
Os outros tributos ficaram com ciúmes de nós, não porque fomos fantásticos, mas porque nossos estilistas foram. Agora não vejo nada além de desprezo nos olhares dos Tributos Carreiristas. Cada um deles deve ter entre vinte e quarenta quilos a mais do que eu.
#treminabase
Jogos Vorazes me causou altas emoções. Eu chorei em vários momentos no inicio do livro (a partir da colheita), até o treinamento. A realidade que os personagens vivem é muito triste, uma miséria sem fim, o governo promovendo um reality show bizarro só pra mostrar pra população quem é que manda, as pessoas só preocupadas com si mesmas... Essa degradação humana causa um desgaste no meu coração e não aguento (nossa, to profunda, hein). Então, quando uma coisinha de bom acontecia e me fazia rir, eu acabava chorando de emoção!
Durante os jogos acompanhamos bastante narração de Katniss e alguns momentos de tensão. Acho importante ressaltar que mesmo com MUITA narração e poucos diálogos – principalmente na arena, onde os jogos acontecem, já que Kat está sozinha a maior parte do tempo – não senti em nenhum momento a narrativa cansativa e isso é um mérito da autora, que consegue nos deixar sedentos por mais, sem conseguir abandonar o livro por um minuto! Já haviam me falado sobre o caráter voraz dos jogos, um bando de jovens se matando [ou lutando pra não-perder-a-vida], mas sabe que não me senti mal, com estômago embrulhado, com as 'cenas' que se desenvolviam? Não sei se minha imaginação simplesmente pula essas partes e não tenho uma imagem bem formada do que acontece ou se o clima do livro é tão envolvente que a gente perde um pouco a capacidade de se chocar com as coisas (brutais?) que acontecem.
O livro tem um ritmo muito bom e os personagens são todos interessantes a sua própria maneira. Peeta é alguém que você chega a duvidar em alguns momentos (até porque quem nos conta é a Kat e ela desconfia de tudo e todos), mas eu sempre senti que ele age por meios inesperados, mas tem algo de sincero. Ele é sensível, generoso e é confeiteiro! Gale é o melhor amigo que só aparece antes dos jogos e nas lembranças de Katniss e gostei muito dele – ele será bem importante nos próximos (eu creio). A mãe de Kat é meio indiferente, já que a própria não dá muito valor a mesma... A irmãzinha é só uma criança então não vou criticar criancinha. Mas quem eu gostei mesmo foi Haymicth – o mentor do Distrito 12 e também um antigo ganhador dos jogos! Fiquei muito curiosa em relação a historia dele e espero que isso seja explicado depois. E também temos Effie, a representante da Capital, que parece ser uma boba e fútil, mas que se prova de grande ajuda! Além disso ela é a personagem que causa risos, e isso é importante.
– Aliás, onde está Haymicth? Não é função dele nos proteger desse tipo de coisa? - questiona Peeta.
– Com todo aquele álcool dentro dele, não deve ser nem um pouco aconselhável que fique perto do fogo. - respondo.
Kat, num raro momento que consegue descontrair e fazer uma piada pra acalmar os ânimos...
– Então minta! Invente algo! - rebate Haymitch.
– Não sou boa em mentir.
– Bom, é melhor aprender rapidinho. Você tem tanto charme quanto uma lesma morta.
Ai. Isso doeu.
Sim, doeu até em mim! rs Go Haymitch!
Eu não sei bem o que eu esperava do
rumo dos jogos (a não ser a vitoria da protagonista e narradora né?! É o mínimo a se esperar) mas juro que uma decisão
pré-final me deixou meio
poxa, assim perde a emoção. De todo modo, o livro todo é muito bem
calculado, quero dizer, tudo tem um motivo para acontecer em determinado momento e nos levar até o ápice de tudo e então a conclusão desta etapa. O final faz aquele estilo de gancho
*que me irrita* de 'e abriu a porta e... *
to be continued*' Na verdade é meio estranho imaginar que a continuação não terá de fato
os jogos vorazes, mas ela é extremamente necessária, já que muitas coisas ficaram sem conclusão e eu realmente quero
mais explicações a respeito de algumas coisas não muito
aprofundadas neste livro.
Uma coisa que me incomodou em algumas partes foi a tradução. Eu não li o original, mas algumas coisas a gente percebe! Por exemplo, gostei muito dos termos que o tradutor usou para algumas palavras de difícil tradução. Ele encontrou boas saídas e acho importante traduzir coisas como Colheita, Carreiristas, Bestantes... ficaram bons e bem convenientes. Em compensação acho que em termos simples a tradução ficou estranha. Como eu ODIEI o fato de traduzirem gift sponsors para dádiva de patrocinador ¬¬'. Não seria melhor ter usado presente?
Feliz Jogos Vorazes! E que a sorte esteja sempre a seu favor."
a forma que todo mundo que leu JV começa a falar quando quer dizer Boa sorte!