Eu Li: Para Todos os Garotos que Já Amei (To All the Boys I've Loved Before)

Eu estava curiosa por esse livro da Jenny Han desde que soube do lançamento lá fora. Além da capa muito fofa (sim), conheci a Jenny em outro trabalho (O Verão que Mudou Minha Vida) e havia gostado muito do estilo dela. Quando a Intrínseca anunciou que lançaria To All the Boys, fiquei contando os dias e agora que terminei minha leitura, vim aqui contar o que achei.

Nossa protagonista e narradora é Lara Jean Song. Lara Jean está prestes a começar o segundo ano do Ensino Médio e além disso, precisa lidar com a partida da irmã mais velha, Margot, que vai fazer faculdade na Escócia. Acontece que Lara Jean é a irmã do meio numa família sem mãe e, ao contrário do que se costuma imaginar, sempre teve uma ótima relação com a irmã, a considerando uma grande amiga. Lara Jean não está acostumada a resolver as coisas por conta própria, pois sempre teve a irmã mais velha para se apoiar. Acontece que Margot tem um namorado que toda a família ama (as irmãs e o pai) e antes de ir embora, ela acaba terminando com ele porque não quer um envolvimento enquanto está na faculdade e isso acaba abalando Lara Jean mais do que ela gostaria, ainda mais porque sempre foi amiga de Josh e agora que Margot não estará por perto, como ficará sua relação com Josh?
Ninguém consegue guardar ressentimento como a Kitty. [...] Eu nunca consigo ficar com raiva de ninguém por muito tempo, mas Kitty guarda ressentimento como se a vida dela dependesse disso.
eu também não guardo ressentimento...
A princípio, Lara Jean consegue seguir a vida normalmente, afinal, já estava na hora de aprender a se virar, mas depois que as cartas de amor que ela escreveu para todos os garotos que já amou acabam sendo enviadas para eles (#mistério), Lara Jean precisa lidar com muito mais do que as responsabilidades em casa e o novo ano letivo. Ela precisa sair da enrascada que a revelação causa na vida dos rapazes - e dela.
Eu diria que ele é normal. Parece o tipo de cara de quem se esperaria que fosse bom com computadores, o tipo de cara que chama quadrinhos de graphic novels.
#euri
O livro começa com um prefácio onde Lara Jean explica os motivos das tais cartas de amor e acho válido explicar que as cartas não são exatamente para caras que ela namorou e sim que ela acabou gostando/amando em algum momento da vida. Achei a ideia muito boa e gostei do modo como a personagem encara esses amores. Depois que as cartas são entregues e seus ex-afetos tomam conhecimento e vão tomar satisfação, Lara Jean acaba se envolvendo numa grande bagunça pra não revelar a verdade sobre tudo.
Se o amor é como uma possessão, talvez minhas cartas sejam meu exorcismo.
sente a frase de impacto logo no começo!
Gostei muito de todos os personagens do livro e especialmente de como a relação entre todos eles foi desenvolvida. As três irmãs são tão diferentes, mas formam uma unidade tão legal! O pai das meninas também é memorável. Gosto quando os pais realmente participam do enredo e não estão sempre ausentes. Acho que o fato dele ser o único homem na casa com três garotas jovens torna tudo mais interessante. Também curti muito que Lara Jean (e família) adora cozinhar e o enredo fala muito sobre refeições - hahahah livro + comida, quem não ama?
— A Margot não precisa saber, não diga nada a ela!
— Quando eu falaria com ela? [...]
Eu franzo a testa.
— Odeio quando as pessoas fazem isso, quando você pede para elas guardarem segredo e, em vez de responderem sim ou não, elas dizem:"Para quem eu contaria?"
— Eu não disse "Para quem eu contaria?"!
— Só responda sim ou não, e de verdade. Não fique impondo condições a torto e a direito.
também odeio isso!
Além disso, adorei a amiga maluquinha de Lara Jean - Chris (tem que haver uma amiga little bit crazy) e fiquei apaixonada (A-PAI-XO-NA-DA #emcaixaalta) por Peter. Isso até me surpreendeu porque eu costumo gostar do mocinho-principal e quando comecei a me encantar por Peter logo-de-cara notei que eu teria problemas! Mas tenho certeza que Jenny Han fez isso de propósito porque Peter é simplesmente muito fofo e divertido e maravilhoso pra gente não virar fangirl. Fazia tempo que eu não curtia tanto um mocinho em livro!
... eu não via nada de especial em você. Muitas pessoas são bonitas. Isso não as torna interessantes, intrigantes ou legais.
Acho que eu também gostei muito do livro porque rolou uma identificação muito grande com a protagonista! Tem alguns pensamentos/ações dela que eu poderia dizer que é exatamente o que eu penso (ou já pensei quando era mais nova). Na verdade, tem alguns momentos em que a identificação foi tanta que chegava a ser assustador!

O mais interessante sobre 'Para todos os Garotos' é que ele é um livro com um plot leve, uma história bem young adult, mas tem algo de encantador e extremamente verosímil nele que nós faz ter carinho pela trama e personagens. Na verdade, consigo identificar muito o estilo da Jenny Han porque foi mais ou menos assim que me senti enquanto lia O Verão. Ela consegue fazer uma trama comum (a vida na escola/família/amigos) ficar tão emocionante que a gente acaba se apegando e querendo conhecer de verdade aqueles personagens. O final desse livro então... É pra matar qualquer pessoa de ansiedade! Apesar de deixar uma ideia do que estar por vir, o livro termina num momento muito necessário-parar-se-viver e eu ainda estou em choque porque preciso ler a continuação pra ontem!
Caramba, preciso arrumar o quarto. Não consigo encontrar nada nessa bagunça.
Finalizando com uma frase dita por Lara Jean, 
mas bem que poderia ter sido eu...

Sorteio
Em parceria com a Editora Intrínseca, o blog vai sortear um exemplar do livro. Para concorrer basta participar pelo formulário abaixo, onde você tem várias chances de ganhar. Os twetts são diários, então twitte todo dia para mais chances. O formulário estará aberto até dia 12/10 (feriado) e o sorteio será feito no dia posterior. Mais informações sobre promoções do blog você pode ler aqui.

Eu Li: Ordem (Shift)

Como começar a escrever sobre a continuação de uma das séries mais inusitadas que conheço? Quem acompanha o blog sabe o sofrimento que foi terminar a leitura de Silo (clique para resenha) e não ter a continuação em mãos - ainda mais com aquele trechinho deixado ao final do livro. A editora Intrínseca me enviou o livro para resenha e eu comecei a ler com um bloquinho, pra anotar minhas teorias e não me perder nas informações #dessas.

A resenha não tem spoilers, mas se você não leu o primeiro livro, vai descobrir coisas que não deveria saber!

Como o livro anterior adiantou, em Ordem, começamos a história anos antes de tudo que se passou em Silo e então conhecemos o inicio do que posso chamar de planejamento-Silo. Conhecemos o deputado Donald, que acabou de chegar ao congresso lá em D.C. e é apadrinhado pelo senador Thurman - um velho conhecido. Acontece que esse senador está começando um projeto e chama Donald para fazer parte da equipe de elaboração/construção - considerando que Donnie é arquiteto por formação e tudo mais. O que Donald não imagina é que esse convite singelo e essa grande oportunidade é apenas o começo do fim.
— A negação é o tempero secreto desta cidade - disse ele. — É o sabor que une todos os outros ingredientes. Sabe o que eu digo a todos os recém-eleitos? Que a verdade virá à tona, ela sempre vem, mas virá misturada com um monte de mentiras.
O senador sabe do que 'tá falando...
Vou começar a resenha fazendo um pequeno apanhado sobre o mundo nesta realidade de Silo. Há alguns anos foi descoberto uma forma de congelar pessoas e com isso manter a vida por mais tempo, uma vez que alguns avanços também permitem o uso da nanotecnologia para recuperação da pele e saúde - ou seja, com dinheiro você consegue viver por mais tempo porque pode fazer tratamentos e se congelar e descongelar pra viver quando quiser.

A história do livro é divida em três partes principais. Na primeira conhecemos Donald e esse projeto, o modo como as coisas foram pensadas/construídas e o que estava acontecendo com o mundo para tal ideia ser posta em prática. De fato, a gente continua sem saber o POR QUÊ de terem construído os silos e trancado pessoas lá, mas a gente conhece o COMO e isso já é um alento - porque no primeiro livro a gente não tem ideia de nada. Nessa primeira parte, acompanhamos duas fases da vida de Donald e tudo parece muito confuso porque não sabemos onde aquilo vai chegar e porque aquilo esta acontecendo - já que as explicações de como as coisas finalizaram só acontece ao fim de cada parte.
Eu não confio em mim perto de você. Nós não vamos ser amigos. O que você está fazendo aqui, porra?
#ui
Na segunda parte, Donald é acordado para lidar com um problema que está ocorrendo no Silo 18 (sim, o da Jules). Como Donald é um dos idealizadores dessa maluquice sistema, ele acaba servindo de consultor para a resolução desse levante (que é o que conhecemos no 1º livro como O Grande Levante). De um lado, temos essa equipe responsável por resolver essa confusão no Silo 18 - que é basicamente a galera que comanda tudo - e de outro, conhecemos o que anda acontecendo neste silo, seguindo os passos de Mission, um jovem envolvido no levante.
— Preveja o inevitável - disse ela — e com certeza um dia você vai estar certo.
Na terceira parte, Donald volta a vida (ahh, a vida semi-eterna) como o grande chefão da história e resolve que já passou da hora de tomar as rédeas dessa bagunça e descobrir de uma vez por todas o que aconteceu com o mundo e porque o senador criou os silos. Também conhecemos a história por trás do Silo 17 e vemos como Jimmy se transformou em Solo e sobreviveu ao que aconteceu quando o Silo 17 foi destruído - embora também não fique claro o que começou toda a confusão - ou eu que estou muito lerda e não entendi.
Havia algo no confinamento forçado que unia as pessoas. Além da óbvia proximidade física.
Bem, o que eu posso comentar após esse meu resumo bem resumido - só comentei as coisas por fora - é que, apesar de eu ter ficado com mais dúvidas que resposta, achei a leitura muito gratificante porque toda a descoberta que fazemos sobre esse sistema acaba sendo muito surpreendente. Definitivamente, o que mais me instiga é como o exterior ficou tão nocivo a sobrevivência humana. As vezes parece que tudo é uma farsa, mas já foi mostrado que tem algo na superfície que mata as pessoas. Preciso saber como ficou assim e porque. Essa questão realmente me deixa sem dormir!
— Quando só se pode culpar Deus, nós o perdoamos. Quando se trata de outro homem, nosso irmão, nós o destruímos.
Eu já havia ficado fã da série apenas com o primeiro livro e embora essa continuação tenha plantado muitas outras dúvidas em minha mente (e explicado algumas outras), não posso deixar de dizer que é realmente fantástica e adoro esse mundo inusitado que o autor criou. A minha sensação enquanto li esse livro foi estar de volta a época de LOST, quando a gente tinha novas informações inseridas a cada ep. e pouco se sabia no que aquilo daria, mas há algo de instigante que nos faz querer acompanhar e concluir a trama. Mal posso esperar pelo terceiro e ultimo livro da série para saber o que acontecerá com os personagens que tanto me apeguei e também o porquê geral de tudo isso ter acontecido (sério, se alguém já sacou as motivações e objetivos reais de tudo só com este livro, me explique porque eu ainda não achei a resposta). Agora só resta esperar o lançamento de Legado pra saber como isso tudo vai se resolver porque eu não tenho a menor ideia...
Misture verdades e mentiras e você não será capaz de diferenciá-las.

Eu Li: O Garoto dos Olhos Azuis

Recebi O Garoto dos Olhos Azuis, lançamento da editora Pandorga faz alguns meses a assim que o livro chegou - de surpresa - dei uma lidinha porque fiquei curiosa com esse lançamento nacional e a história me pareceu interessante. Acabou que eu estava em outras leituras e deixei o livro na minha cabeceira esperando por alguns meses.... Esses dias resolvi terminar cosas incompletas e voltei a pegar no livro para - dessa vez - concluir a leitura. Eu esperava que fosse gostar do livro, mas realmente me impressionei com o quanto eu me encantei com a história criada por Raiza Varella.
Nunca se ressinta, nunca desista. O cavalo branco só passa uma vez e não volta, mas não é tão fácil assim de enxergá-lo.
Assim que comecei a leitura gostei imediatamente da narrativa, feita em primeira pessoa pela nossa protagonista Bárbara. Babi estava prestes a se casar e viver o seu feliz pra sempre, mas não esperava que seus planos iriam por terra quando seu noivo diz não [NO ALTAR] pois estava apaixonado [e vivendo um caso] com uma de suas melhores amigas [e colega de quarto] e madrinha de casamento. Vocês imaginem o barraco que acontece - e isso tudo nas 10 primeiras páginas. É uma confusão total quando Miguel diz não bem na hora crucial. Depois de passada a humilhação, Bárbara decide fazer o que sempre foi especialista: fugir, começar de novo em outro lugar.
Sempre fui o tipo de pessoa que se arrepende de ser grosseira, que jamais é ignorante com ninguém de propósito, que tem aversão a magoar as pessoas. Eu teria entendido, por mais difícil que fosse, eu teria apoiado.
Isso parece algo saído da minha boca...
Babi então se muda de SP, onde trabalhava, morava e pretendia viver feliz e casada com Miguel, de volta para a cidade onde cresceu, no Sul. Depois de passar por um período de fossa, onde só queria chorar, quebrar coisas e ficar trancada no quarto, Bárbara decide que precisa recomeçar e a oportunidade surge quando seus irmãos mais velhos a chamam para morar com eles e alguns amigos. Ela aceita pois já não estava aguentando os cuidados da mãe e então parte rumo ao inesperado, afinal, ela realmente não está super empolgada para dividir um apartamento com 4 marmanjos.
Ian fechou a porta e deu  volta no carro, se posicionando atrás do volante e engatando a ré. Existia alguma coisa muito sexy em ver um homem realmente bonito dirigindo, ou eu é que era meio tarada?
Err.. 2ª opção, Babi... 
Surpreendentemente, o que Bárbara encontra no apartamento é um lugar organizado, limpo e um proprietário que mexe com os nervos dela pois além de lindo e com fantásticos olhos azuis, Ian parece não fazer outra coisa além de perturbá-la.

Pra começar a comentar alguns aspectos, devo explicar que adorei os irmão de Bárbara assim que os conheci (lá no casamento fail). Augusto é médico e é todo superprotetor e nervosinho - não mexa com ele ou sua irmã se não quiser levar uns socos. Gustavo é arquiteto e é mais sensível, mas também não admite que sacaneiem sua irmã. Os outros dois moradores são Bernardo, um delegado super boa pinta e tranquilo e Ian, que é médico, maravilhoso e tem tudo que uma garota quer, mas não deveria - sua fama de pegador o precede /dessas/. Assim que Babi se muda, fica sabendo sobre as principais regras da casa e obviamente, descumpre todas porque é isso que trás emoção para nossa vida /brincando com o fogo/.

A leitura é extremamente agradável e gostei muito da narrativa leve, descontraída e cheia de diálogos divertidos. É muito legal acompanhar Bárbara lidando com as novidades da vida [e do ]. O nível de testosterona não fica excessivo porque Bárbara logo encontra uma nova amiga na figura de Vivian - que ela chama de Barbie Malibu - a irmã mais nova de Ian, e a amizade das duas é uma coisa fofa e eu lembrei das minhas amigas! Na verdade, rolou muita identificação com esse livro. Babi, apesar de muito diferente de mim em alguns aspectos, tem outros traços de personalidade que eu super me identifiquei e acho que quando lemos algo onde rola identificação e afinidade, acaba que curtimos ainda mais a trama.
Eu não podia negar que ele tinha argumentos, mas isso não queria dizer nada, eu só era meio burra, qual é? Era crime ser tapada nesse país?
Tem um certo detalhezinho muito óbvio assim que começamos a leitura - narrada por Babi - mas que a própria se recusa a enxergar. Isso sempre me deixa um pouco irritada em narrativas de 1ª pessoa, mas acho que é um recurso comum e não chega a ser algo ruim porque a trama tem uma boa fluência e mesmo com a Babi sendo tapada não fica uma coisa forçada. Fiquei impressionada com o tanto de acontecimentos e reviravoltas que ocorrem durante o livro.

O que senti durante a leitura foi que o livro é uma mistura de todos os clichês que nós já esperamos de uma comédia romântica - mas não pense que digo isso de forma depreciativa - sabe quando a gente lê algo e percebe que é clichê, mas mesmo assim a gente vê que é tão bom que não precisa mudar? Foi esse tipo de sensação, esse tipo de clichê. Um clichê bom. De fato, o livro tem muitos elementos que nós já vimos por aí - desde características dos personagens até as situações enfrentadas - coisas que nós esperamos desse tipo de livro (ou filme), mas isso tudo só o torna mais interessante porque a autora conseguiu transformar o lugar-comum numa trama encantadora e totalmente cativante e acho que é isso que espero quando estou lendo um livro! Adorei a leitura e super recomendo pra quem gosta de tramas jovens, frescas e bem vida-real. Lembrei muito da época que eu lia fanfic - e digo isso com o melhor dos sentimentos pois foi uma época muito boa de leituras.

Do meio para o fim do livro a história vai ficando tão gostosinha que eu não consegui parar de ler e praticamente não dormi para concluir! Babi passa por cada uma... Chorei, ri, me emocionei.. Uma maravilha! E o que falar de Ian, esse cara que só existe no papel mas que me deixou sem ar?! CÉUS!!! Ian é a mistura de tudo que a gente gosta num protagonista masculino: ele é gentil mas firme, é lindo mas é humilde e ele é apaixonado e intenso e eu REALMENTE quero um pra mim. Fiquei apaixonada por esse rapaz! Suspirei muito enquanto lia esse livro e fiquei espalhando por aí a delicinha que ele é (o livro... E o Ian também!)

Então, estou indicando esse livro pra vocês e a partir de agora ficarei de olho no que a Raiza escrever porque já vi que ela é meu estilo de escritora! Uma ótima surpresa que a Pandorga me preparou porque eu não sabia do lançamento do livro, mas ele é exatamente o tipo de livro que gosto de ler! Além disso, a editora está de parabéns porque o livro está lindo, muito bem revisado e editado - só achei um errinho de revisão e as vezes leio alguns livros nacionais com tantos problemas neste quesito que vale ressaltar esse quesito. Quem já leu?