Eu Li: O Erro (The Mistake)

Seguimos com a série Amores Improváveis da Elle Kennedy, agora com o segundo livro. Como não comentei isso na resenha anterior, vou registrar aqui que acho esse nome bem aleatório para esta série - que no original chama Off Campus, ou seja, algo mais relacionado à faculdade e o que acontece fora dela, além de outras interpretações. Agora é a vez de acompanharmos a historia de Logan, que é o melhor amigo de Garrett-do-livro-1, e também um dos colegas da república dos boy-magya.

O Erro começa praticamente do ponto em que terminamos O Acordo, ou seja, o final do ano letivo da universidade de Briar. Os meninos estão terminando o penúltimo ano de curso e em breve precisarão lidar com as opções que terão após terminar os estudos. John Logan (sim, Logan é o sobrenome e ele se chama John, mas como tem outro John [o Tucker] na república, eles usam só o sobrenome mesmo) está se sentindo meio merda meio bosta mal porque não tira da cabeça que esta apaixonado por Hannah, a namorada do melhor amigo. E pra conseguir lidar com o casal 20 pela republica e com a sensação de que está sendo um péssimo amigo por desejar a namorada alheia, Logan anda vivendo la vida loka, indo a todas as festas possíveis, bebendo até esquecer e dormindo (bem, dormir é o que ele não faz, na verdade) com a maior quantidade de maria-patins que seja possível. Obviamente, isso não o faz se sentir melhor com toda a situação no momento em que está sóbrio, mas serve como anestesia por algumas horas.

Novamente, o livro é narrado pelos dois protagonistas. Logan, que está nesse mimimi eterno por estar apaixonado pela namorada do amigo, e do outro lado conhecemos Grace Ivers, uma caloura na universidade que está prestes a terminar seu primeiro ano. Grace mora num alojamento da facul e divide o quarto com a melhor amiga de infância, Ramona. Acontece que Grace nunca foi muito proativa em relação a diversão, então ela deixa que a amiga a arraste para as festas da facul e tenta interagir, mas não é muito fácil, uma vez que Grace é meio tagarela quando esta nervosa e sempre acaba falando demais e assustando as pessoas. Esse traço da personalidade de Grace é muito divertido porque ela fala muita coisa aleatória e as referencias nesse livro são sempre muito boas.
Começo todas as conversas nervosa com a possibilidade de passar vergonha e acabo de fato passando, porque sempre fico nervosa. Estou fadada ao fracasso.
O encontro dos dois ocorre numa daquelas inacreditáveis coincidências da vida na literatura, quando Logan sai para uma festa em um alojamento, mas acaba batendo a porta de Grace. E esse primeiro inesperado encontro entre os dois acaba sendo bem bonitinho porque Logan é um dos poucos caras que não-sai-correndo assim que Grace começa a tagarelar. Acaba sendo um encontro um pouco quente também, mas Logan sai de lá meio repentinamente e Grace fica com um grande WHAT? na cabeça.
Confiante e sexy não é o meu estilo. Assumir o controle? Sempre fiquei mais à vontade no banco do carona, enquanto alguém pega a direção.
A vida seguiria normalmente e nossos protagonistas nunca se reencontrariam, mas isso seria se fosse NA VIDA REAL, como estamos falando de um livro de romance, esse casal precisa se reencontrar! Logan acaba fica encucado (é a unica palavra que consigo pensar) porque  apesar de ter rolado uma 3ª base entre eles (saibam que pesquisei quais são as bases só para esta resenha) e ele tenha chegado ao ápice (gente, perdão, é que quero ser delicada) e Grace tenha falado que também chegou (mas ela mentiu), Logan fica com aquela sensação de que algo de errado não está certo e seu ego masculino fica abalado. Então apesar de não ter trocado telefone ou promessas com Grace, Logan decide ir até ela se retratar e fazer o serviço completo (scrr, eu sei que só piora as minhas analogias). Mas  não pense que acabou, não estamos nem em 1/5 do livro, então ainda temos um longo caminho.
Deixar uma menina na vontade não é só embaraçoso. É inaceitavel.
ahhhh
Vou parar com o resumo porque sinto que não vou melhorar muito mais, porque como já ficou bem perceptível, minhas habilidades para escrever sobre o assunto estão bem aquém do necessário. Vou me ater aos pontos principais sobre essa trama que continua nos fazendo conhecer os 4 boys-magyas do hóquei no gelo da Briar.

Como deixei bem claro lá em cima, eu não estava depositando muita fé no drama do Logan sobre estar apaixonado pela Hannah, então achei tudo um mimimi bem pontual só para fazer essa trama ter algumas reviravoltas. Mas é de se elogiar a Elle Kennedy por ter feito da forma que fez, até no livro anterior, porque no final a explicação toda sobre o assunto consegue convencer o leitor. Apesar de eu não ter comprado mesmo essa ideia (rs). Acho que Elle podia ter cortado essa parte sobre a confusão que Logan está sentindo e o faz cometer o erro. Mas aí acho que o erro nem aconteceria e o livro todo é sobre isso, não pé mesmo?
Preciso parar com isso. Desejar Logan está muito perto de gostar dele, e não estou pronta para abrir essa porta ainda. Se é que algum dia vou estar.
Além do romance, que Logan faz logo essa cagada e precisa passar a maior parte do livro se limpando, o livro também desenrola alguns problemas familiares de Loagn e achei essa parte bem interessante porque é algo que o afeta muito - como pessoa - e também explica algumas atitudes dele (não em relação ao romance). Apesar de eu não achar que ele precisava fazer tudo o que faz, acho que ficou coerente com a situação e o desenrolar acaba sendo bem envolvente. Assim como no livro anterior, acho que a Elle tem uma abordagem bem interessante sobre alguns assuntos. Ela consegue fazer resoluções diferentes do que se espera em situações clichês como apresenta e eu fico bem aliviada com isso porque em alguns momentos eu lia algo e já vinha na cabeça aquela resolução-que-sempre-vemos e eu ficava 'ah não', mas na realidade a Elle fazia algo diferente - e geralmente mais maduro do que o que costumamos ver em NAs.
É bom estar em casa. Sem querer dar uma de Dorothy, não há lugar como nosso lar.
#melhores_referências
Estou bem empolgada com essa série. É difícil eu conseguir me concentrar em leituras assim, a ponto de conseguir ler muito sem perder o foco e acho que essa trama tem tudo tão na-medida que a gente simplesmente precisa continuar a leitura sem demora. Bem, e não posso terminar a resenha sem deixar de registrar que esse livro tem uma das cenas mais inusitadas que já li em romances hot - e devo dizer que eu já li bastante - e é um fato tão memorável que se você perguntar a alguém que já leu, a pessoa vai lembrar desse fato, porque é inesperado e mesmo antes da cena, existe uma menção muito engraçada que fica na memória. Sério, esse livro é divertido demais!!!!

O livro, apesar de ter esse arco sobre o romance que eu achei bem furado, é muito divertido e cheio de situações fofas então admito que cheguei ao final da leitura super feliz e esquecida dos problemas que tive em relação a esse detalhe. Esse livro termina num momento muito bonitinho e eu realmente gostaria de ter ficado mais com esses protagonistas! Então, estou prestes a ler O Jogo porque sei que apesar de acompanhar Dean Lindo, vou poder matar a saudade de Logan e Clare e G. e Hannah.

Eu Li: O Acordo (The Deal)

O Acordo é um desses livros NAs que está na minha lista desde que foi lançado por aqui (e faz tipo, 3 anos), mas como minha lista cresce em exponencial, acabou que ele ficou esquecido. Eu sou um tipo de leitora meio obsessiva: fico tempos sem ler e aí eu viro traça e leio 14 livros em uma semana (ok, exagerei, mas foi pra exemplificar a situação). Esses últimos dias ando bem empolgada com as leituras (obrigada meus bebês Henri e Carol) e surgiu a chance de ler esse livro, então, aproveitei.

Vou começar com um comentário aleatório, mas que merece todo meu respeito: O Acordo é um desses casos de livro NA que a capa consegue ser fofa sem ser constrangedora e aplaudo a editora Paralela por isso. Quase não acreditei quando vi a capa original do livro lá fora, porque é tão diferente dessa proposta que fizeram aqui - e que eu acho TÃO coerente com a trama - que eu realmente não consigo imaginar porquê acharam aquela capa boa para essa história... Então vamos para essa resenha empolgada e sem spoilers.

O Acordo é um livro narrado sob dois pontos de vista, de Hannah Wells, nossa mocinha, e Garrett Grahan, nosso garotão. Eles estudam na Universidade de Briar e são de grupos bem distintos na escala social que sempre vemos em filmes de high school ou universidades americanas. Hannah é uma artista, estuda música, canta, trabalha numa lanchonete para ajudar com as despesas dos estudos, mora num alojamento da faculdade e é uma boa aluna. Garret é jogador de hóquei no gelo, capitão do time, divide uma casa com os amigos de time, estuda história, tem uma vida social agitada e tem foco total nessa rotina esportiva: ele quer se profissionalizar, então é muito focado.

Sim, você pode estar achando meu resuminho inicial bem 'ok, já li isso 387 vezes', mas você precisa entender que a Elle Kennedy realmente usa os maiores clichês sobre romance universitário, mas com diferenciais que fazem esse livro se tornar bem diferente dos outros 386 que vemos por ai.

Nossos protagonistas entram na vida um do outro após Garrett tirar 0 numa prova de Ética e por acaso (amo os acasos) descobrir que Hannah gabaritou a prova. Apesar de ser atleta, Garrett leva os estudos bem a sério pois ele precisa manter a média boa para participar dos jogos, caso contrario, tem que deixar o time. E depois dessa bomba, ele precisa recuperar a nota na segunda chamada da prova para que nada atrapalhe seus planos. Depois de muita insistência, Garrett consegue convencer Hannah a ajudá-lo para a prova e eles fazem UM ACORDO. Hannah o ajuda com a matéria, e Garrett a ajuda a 'ficar popular' para conseguir atenção do cara que ela ta interessada desde o inicio do semestre.

Vocês já perceberam onde isso vai parar? EXATO. É isso mesmo. Nada novo nesse terreno. Eles começam a estudar, vão criando uma amizade, acaba rolando o tal beijo 'sem querer querendo', eles tentam negar, MAS NÃO CONSEGUEM e então, estão juntos. A principio tudo ocorre daquele modo 'vamos ver onde isso vai, vamos nos pegar sem apegar' MAS NÃO CONSEGUEM. E é isso aí como a gente achou que ia ser.

Agora estou pensando como convencer você a ter vontade de ler esse livro se eu fiz um resumão tão completo e factual. Pois bem. Não preciso enfeitar esse pavão. O Acordo é exatamente o que ele se propõe a ser: um livro sobre jovens, com todo aquele clima de amizade e aquelas descobertas e mudanças que passamos quando encontramos um amor - nossa, as vezes eu sou tão piegas que não me aguento, mas continue, vou melhorar. Os protagonistas formam uma ótima dupla, os coadjuvantes são interessantes, a trama é cheia de reviravoltas e muito divertida. Eu fiquei empolgada de verdade!

O Acordo tem um ritmo maravilhoso e você consegue ler muitos capítulos sem cansar, além disso, a trama é bem cheia de ganchos, de modo que a gente não tem vontade de parar porque precisa saber o que vai acontecer a seguir. Eu sempre comento que ão sou uma leitora veloz, ou ainda, raramente consigo ter disposição pra ler uma trama de uma vez só, mas esse é bem o tipo de livro que dá pra fazer isso (eu não fiz, mas qualquer leitor mais concentrado consegue).

Ando numa fase em que leio os NAs a procura de atitudes alarmantes dos mocinhos. A gente sempre precisa ficar atenta aos comportamentos estranhos desses jovens porque tem muito boy-lixo por essas tramas, mas fico feliz em dizer que achei Garrett totalmente Ok. Só tive um momento com ele que fez meu alarme soar, mas desconfio que foi um problema meu com a tradução ou apenas um momento e nada fez apitar o alarme, então ponto para ele. Hannah também me deixou bem contente porque geralmente acabo odiando a mocinha em alguma atitude besta no decorrer da trama, mas Hannah manteve a promessa e também ganhou pontos. E esse é o grande diferencial desse livro da Elle Kennedy, apesar de ter uma trama bem recheada dos clichês que sempre vemos por aí, Elle conseguiu fugir de algumas soluções obvias mesmo quando usou recursos que estamos acostumados. Eu quero dar um beijo nessa autora porque fiquei muito AGRADECIDA por como ela resolveu contar essa história #dessas

Para não dizer que achei tudo perfeito, tem um detalhe que acontece no decorrer da trama que eu achei bem mal explicado ft desnecessário ft serio mesmo? mas que entendo qual foi a intenção da autora ao utilizá-lo. Eu estava comentando com amigos enquanto lia e quando me falaram isso eu nem acreditei que estava mesmo acontecendo, porque realmente não levei a sério, mas no final da trama isso fica bem explicito e tive que revirar os olhos.Nem tudo é perfeito, não é mesmo....

Terminei o livro com uma vontade imensa de continuar lendo a série Amores Improváveis (nossa, também não consigo aceitar essa tradução pra série Off-Campus, mas enfim) e em breve começarei a ler O Erro, então esperem mais resenhas aqui. Pelo que já imagino e já conversei, não acho que ele possa superar meu amorzinho por O Acordo, mas eu gostei tanto da criatividade da Elle, mesmo quando escreve o maior clichê, que merece um crédito.

Eu Li: O Lado Feio do Amor (Ugly Love)

E depois de anos eu finalmente voltei a ler Colleen Hoover. essa demora toda nem foi por falta de vontade - tenho vontade de ler 95% do que ela lança - foi apenas porque eu não anda sendo uma leitora muito ativa, então acabei demorando mais do que deveria. Ugly Love era um dos livros dela que eu mais queria ler, porque já vi muito comentários polêmicos sobre ele, então aproveitei a indicação de um clube de livros que participo para riscar da lista. E eu poderia ter feito isso antes, porque li tudo em tipo, dois dias, tamanha a ansiedade que fiquei. A resenha não tem spoilers!

Em 'O Lado Feio do Amor' temos a história de Tate Collins. Tate está se mudando para o apartamento do irmão mais velho, Corbin, para recomeçar, após terminar um relacionamento. Agora ela está focada em seu mestrado em Enfermagem e em seu novo trabalho no hospital, então vai morar com o irmão enquanto junta dinheiro e se prepara para ter um lugar só seu. Do outro lado, temos nosso bad boy Miles Archer, que é vizinho, amigo e colega de trabalho do irmão de Tate. Miles é piloto (de avião), assim como Corbin, e eles vivem em um prédio no centro de São Francisco.

Tate chega de mudança e tem aquela péssima primeira impressão ao conhecer Miles, visto que este está meio desmaiado de bêbado à porta de seu irmão. Aquela situação bem tipica de romances NA, mas que não deixa de ser interessante porque a gente precisa desvendar aos poucos os mistérios que envolvem os personagens. Seguimos a trama ora acompanhando a narrativa do presente de Tate, ora relembrando com Miles acontecimentos de 6 anos atrás - que obviamente impactaram o presente de Miles, então a gente tem que ir montando esse quebra-cabeças.

Como já era esperado, a narrativa de Coollen é aquela coisa gostosa e fluida que nos faz ler páginas e páginas sem perceber. Além disso, há realmente o mistério sobre O QUE ocorreu no passado de Miles para transformá-lo nesta pessoa que Tate conhece, então é ler e criar teorias!

Apesar do primeiro encontro nada amigável,  Tate e Miles acabam desenvolvendo um relacionamento complicado porque fica claro desde o principio, para os dois, que há ali uma atração que eles não podem - e não precisam - negar. Confesso, eu realmente não esperava esse rumo inicial do livro, porque eu sempre espero uma resistência da moça para com o rapaz, mas Ugly Love me surpreendeu porque é a Tate que, de certa forma, propõe um acordo para que eles se peguem, mas não se apeguem. Obviamente que ela SABE o quanto a ideia é arriscada, porque ela se sente muito atraída por Miles e toda pessoa sabe que não é possível controlar sentimentos e prever o que se vai sentir, mas Miles é bem claro com ela sobre não querer se envolver e como ela não quer negar a tensão entre eles (rs), ela aceita embarcar nessa canoa furada - mesmo sabendo que está furada.

Com o decorrer da trama, vamos acompanhando o quanto esse relacionamento deles acaba se tornando toxico para ela (e talvez para ele, que ta em negação) e Tate se vê naquela dúvida entre continuar e se afogar ou pegar um barquinho salva-vidas e partir para longe dali. E o que ela escolhe? EXATAMENTE. No entanto, acho que as ações dela são bem coerentes com o que ela acredita estar sentindo, então, quem sou eu para julgar?

O Lado Feio do Amor tem uma trama muito ágil, que poderia mesmo acontecer com alguém que conhecemos e acho muito interessante quando os livros tratam os sentimentos como as coisas complexas que são. Miles tem sérios problemas em relação ao passado, e de forma alguma, acho que ele teria o direito de agir como em alguns momentos, mas consigo entender como esse passado se tornou algo tão forte no presente dele que ele não consegue ser diferente. É errado? SIM. Não justifica? Não mesmo. Mas gosto de ter essa compreensão sobre o que pode se passar na cabeça de cada personagem para levá-lo a ter certas atitudes. Tate por outro lado, apesar de ter toda essa força inicial de ir atrás do que quer e não negar suas vontades, acaba presa nessa coisa complicada que se torna o relacionamento deles. Ela SABE que algo ali não está certo, mas não consegue se livrar porque sofre da doença que 90% das personagens femininas sofrem: achar que é uma heroína que pode salvar o boy de seus dramas internos. Então ela até pensa bastante em se mandar dali, mas tem aquele pensamento de que 'um dia ele vai mudar POR MIM', 'um dia ele vai perceber que me ama', 'um dia iremos rir disso tudo em Paris'. Ok, ok.
Infelizmente, isso já é o suficiente. Não me importo se ele gosta de mim. Só quero que se sinta atraído por mim, pois o gostar pode vir depois.
Tate, representando muitas de nós :(
A verdade é que eu até esperava que o Miles fosse pior (!) porque a fama dele não é nada boa, mas eu já li caras em NAs por ai bem problemáticos, então acho que Miles esta na média geral. Estava curiosa para saber qual era o tal trauma do passado que o deixa com o presente tão complicado e fico feliz em dizer que eu consegui ter uma ideia antes da revelação oficial, mas fico triste pelo acontecido, porque é algo realmente triste - embora não, não justifique. Acho que é o tipo de revelação que você pensa 'é, isso explica muita coisa' porque realmente cria uma história bem redondinha sobre a vida dele, embora ainda assim fique aquele sentimento de 'explica, mas não justifica. HUMF!' Mas sou uma eterna entusiasta sobre as emoções humanas e como nosso passado, presente e futuro são afetados pelas experiencias que vivemos, então gostei muito que o livro fala sobre essas questões. Foi um livro que me fez rir e chorar (nossa, quem diria) e eu gosto muito quando uma história consegue criar reações tão distintas.
O amor nem sempre é bonito, Tate. às vezes você passa o tempo inteiro desejando que um dia ele mude. Que melhore. E aí, antes que perceba, você já voltou para a estaca zero e perdeu o seu coração em algum lugar no meio do caminho.
Existe muito debate sobre o teor desse livro em retratar um relacionamento abusivo e no final as coisas se esclarecerem com muita facilidade, mas eu sou da parcela que acredita que a Colleen contou uma história, fez a redenção do personagem por todas as besteiras que ele comete no decorrer da trama e se apegou a isso para o final. Acredito que ela não tenha querido retratar o relacionamento deles como um ideal e sim mostrar que apesar de todos os problemas, há esperança caso aja um real interesse da pessoa em mudar. E certo, talvez tudo pareça ter uma resolução muito fácil, rápida, simples.... Mas acho que o principal é se apegar que ela REALMENTE ACONTECEU. 

Na vida pessoal, eu realmente consigo ver os problemas no comportamento dele e não aprovo. Também não indicaria um relacionamento assim para uma amiga. Porque por mais que a gente (mulheres) seja criada com essa ideia de que podemos 'mudar um homem', sabemos que só quem pode mudar algo em si é a própria pessoa. Acredito que nessa ficção, a mensagem é essa: houve disposição do Miles em mudar, em melhorar. E houve a disposição da Tate em acreditar que ele se arrependeu e mudou. Então, se o casal concordou com esse acordo, quem sou eu para implicar, não é mesmo?

Então eu certamente recomendo a leitura se você tem essa mente disposta a acreditar que as pessoas os personagens podem mudar e o final feliz é possível mesmo quando o percurso é cheio de impasses. Cada vez que leio Colleen termino com a sensação de que preciso ler mais do que ela escreve porque realmente gosto de toda a carga emocional que ela poe nas histórias!

Eu Li: Um Milhão de Finais Felizes

Eu já havia lido o primeiro livro do Vitor Martins na Globo Alt no ano passado e havia gostado demais de Quinze Dias. Confesso que não fiquei muito por dentro do que ele estava preparando - porque sou esse tipo de pessoa relapsa - mas assim que ouvi falar do livro do piratas gays lembrei que precisava por esse livro na minha fila e ler assim que possível. A oportunidade surgiu e eu não poderia ter ficado mais feliz, porque estou indicando pra todo mundo e acho que preciso escrever uma resenha e deixar registrado aqui o que senti com essa leitura - porque fiquei adiando minha resenha de Quinze Dias e olha no que deu...

Um Milhão de Finais Felizes é um livro narrado pelo Jonas. Jonas está naquele período da vida entre a adolescência e a vida adulta que é bem confuso e a gente parece andar um uma grande interrogação no alto da cabeça - como Sims confusos. Ele terminou o colegial e agora esta trabalhando enquanto junta dinheiro para - talvez - fazer uma faculdade. Jonas é um rapaz de classe média do ABC paulista (ok, ele não usa essa descrição, mas eu sempre quis escrever ABC paulista e vou aproveitar minha chance aqui e agora) e sua rotina tem sido passar a maior tempo possível fora de casa, pra não ter que lidar com o pai - com quem não tem uma boa relação. A mãe de Jonas trabalha meio período cozinhando num restaurante das redondezas e o resto do tempo ela se dedica a atividades da igreja que frequenta desde sempre. Jonas também cresceu nessa comunidade religiosa, mas acabou se afastando por não mais concordar com algumas questões. Ainda assim, passar a vida com essa criação, o faz ter convicções sobre Deus e religião que estão sempre rodeando sua mente. Apesar de não estar certo sobre que curso ele quer fazer, Jonas gosta de escrever e costuma levar um caderninho para todo o canto onde costuma anotar suas ideias para histórias dos livros que ele poderia escrever. E sério, ele tem as ideias mais legais e mais doidas - e algumas ruins, mas eu estava gostando tanto dele que até leria.

Pois Jonas está trabalhando em uma cafeteria de temática espacial bem no meio da av. Paulista, o Rocket Café. Rocket Café é um desses estabelecimentos modernos que vivem cheios de clientes pagando caro por um copo de café a caminho do trabalho. Lá, Jonas não é muito compreendido pelo seu gerente (bem, nenhum chefe gosta de atrasos) mas fez amizade com Karina, a funcionaria que geralmente divide com ele as tarefas de caixa do café. Um dia, durante o expediente, um cliente aparece no café e Jonas se sente imediatamente atraído, porque o rapaz de barba ruiva é apenas a pessoa mais bonita que ele já viu na vida - do tipo, ver e estar perto, respirando o mesmo ar. Depois de passar aquela vergonha corriqueira que a gente sempre passa ao falar com alguém que achamos interessante, a vida segue seu curso. Além da amizade com Karina no trabalho, Jonas tem dois amigos desde a época da escola: Isadora e Danilo, com quem ainda mantém contato. É numa festa de carnaval que Danilo os convida que Jonas reencontra o rapaz da barba ruiva.

É muito legal acompanhar as duvidas de Jonas e também ver o amadurecimento dele como pessoa no decorrer da trama. Por toda a situação que ele passa em casa, é bem complicado pra ele se aceitar, apesar de já saber há tempos. Gosto muito quando os personagens vivem esse momento de descoberta de si mesmos e é um processo bonito de acompanhar, mesmo quando tem muita coisa triste no caminho. E acho que o livro dosa bem os momentos fofos, de romance, com as partes mais complexas sobre a vida do Jonas em família. Porque, por mais que o livro conte a história do Jonas com o Arthur, a história é muito sobre família, a família que a gente nasce - que nem sempre nos apoia e nos entende (ou aceita), e a que a gente escolhe. E vocês sabem, tramas de amizade me deixam ainda mais comovida que as de amor (ok, talvez igualmente comovida).
Como qualquer pessoa normal, minha autoestima te dias bons e ruins, mas ela nunca tem dias ótimos.
Eu gosto muito da narrativa do Jonas no livro. É muito direta, muito agradável, do tipo que a gente lê  com muita facilidade porque parece até um amigo nos contando sobre a vida. E foi assim que me senti durante a leitura, como se eu fizesse parte do grupo de amigos do Jonas, então chorei e ri junto com ele. O livro tem um ritmo tão gostoso que a gente consegue ler muito sem nem perceber, e a verdade é que a gente fica tão curioso sobre onde aquela história vai parar que a vontade é de não parar nunca mesmo. Em alguns momentos o Jonas tinha uns pensamentos que eu pensava 'meu Deus, sou eu!' e algumas situações que ele passa me fizeram pensar muito sobre minha vida. Alguns questionamentos de Jonas em relação às mudanças que passamos pela vida - seja com os amigos, a família ou os amores - me deixaram bem emotivas e eu queria sentar com ele e conversar. Por outro lado, as vezes Arthur era a exata representação do meu eu eternamenteadolescente que é fã de Disney e de cultura pop. Sério, esses dois são um casal muito incrível em suas completações.
Ele é do tipo que não faz aquele jogo de quem respondeu por último não pode puxar assunto de novo, e isso é ótimo porque, sinceramente, eu nem sei como funcionam as regras desse jogo.
#melhortipodepessoa
Se vocês estão se perguntando porque esse é o livro dos piratas gays que eu citei lá no inicio se o Jonas nem pirata é, saiba que esse é um daqueles casos de livro dentro livro. Como o futuro escritor que pretende ser, Jonas começa a escrever um romance entre piratas (que são gays) baseado em sua própria vida, mas com aquele toque que a ficção nos proporciona. Você, assim como eu, pode não se sentir muito atraído pela ideia de ler um livro sobre piratas gays (e nem venha me problematizar porque o problema não é a parte gay e sim a parte pirata!), mas você vai entender a analogia tão bem durante a trama e o Jonas escreve essa história tão improvável de uma forma tão legal, que você vai acabar amando a ideia e torcendo até por uma adaptação. Sério! Jamais imaginei gostar de algo sobre piratas (gosto dos do Caribe, mas sei lá... Acho que Orlando Bloom me da esse direito), mas os piratas do Jonas são amorzinho total.

E sim, como já ficou bem claro, é um livro que fala de questões LGBTQ. O Jonas não passa pelo processo de se descobrir (porque ele já sabe), mas acompanhamos ele se aceitando e  lidando com as situações que decorrem disso. Entretanto, mais do que categorizar o livro, é importante deixar claro aqui que a mensagem da história é muito bonita. Obvio que é o tipo de leitura que você não pode ter preconceitos para ler, mas acredito que todos que me visitam já me conhecem e sabem que eu gosto de variados tipos de leitura e sou fã de leituras que levantem discussões e nos aproximem de situações diferentes. Porque é importantíssimo compreender que cada um é cada um e precisamos respeitar e entender as escolhas do próximo ao invés de julgar. E quando um livro nos proporciona essa experiencia e ainda é muito maravilhoso, ele precisa ser indicado!
Vocês jovens conseguem usar a tecnologia pra arruinar tudo, é impressionante.
Fazia tempo que eu não lia uma história que achasse tão fofa e torcesse tanto pro casal principal. Eu fiquei realmente empolgada e torcendo muito pra que tudo desse certo. Além disso, esse livro já entrou no meu TOP de cenas mais fofas de romance protagonizada por um personagem para outro e eu estou muito agradecida ao Vitor por esse momento. 
No fim da tarde, eu estou exausto de existir.
#medefine