Esse livro me chamou a atenção primeiramente pela capa, obviamente. Mas eu não costumo me enganar em relação a meu gosto capistico. E sempre rola o tal feeling e como a proposta era algo do tipo reality show + distopia (ou seja, a ideia básica de JV) eu precisava conferir.
Em A Seleção nós conhecemos um pais que um dia foi os Estados Unidos, mas depois da 3ª Guerra Mundial e suas terríveis consequências, acabou virando uma nação chamada Illéa. A democracia não mais existe e as coisas voltaram a ser comandadas pela monarquia. Existe a família real e o resto da população é dividida em 'castas'. Nossa protagonista e narradora, America Singer, é da casta 5, que é a dos 'artistas'. Ela canta e toca muito bem, e faz apresentações com a mãe para ganhar dinheiro. As castas vão de 1 a 8, e quanto maior o número, mais miserável. A 5 é mediana-baixa. O grande problema é que Meri está apaixonada e vive um affair secreto com Aspen, da casta 6 (de serventes). E é claro que a familia NUNCA irá aceitar que ela 'se rebaixe' para viver esse amor.
Mas America já vive em encontros furtivos com Aspen há 2 anos e eles pensam até em fugir. Só que os planos começam a desandar depois que Meri tenta fazer uma surpresa para seu amado e ele acaba irritado e consequentemente, terminando tudo com ela. Nesse meio tempo, America acaba sendo convocada/selecionada para participar dA Seleção, um reality show onde 35 garotas entre 16 e 20 anos são trancadas levadas para viver no castelo real e então ficar a mercê de vossa magestade e aguardar ser a escolhida. É bem legal esse clima de The Bachelor. Além de viver num palácio, com direito a tudo lindo e belo, elas ainda tem aulas de etiqueta, participam de recepções, dia de beleza.. Isso é mesmo uma distopia ou um sonho?
Acho que às vezes a melhor maneira de esconder um segredo é deixá-lo descoberto.
Hm, segue a dica ;)
O livro tem uma narrativa bem fácil de acompanhar e mesmo com esse cenário '
distópico' é fácil de entender a sistematização do local. América é uma boa protagonista; ela não é rebelde nem nada, mas também não é uma boba conformada. Acho que ela é um bom ponto entre as rebeldes (
Katniss) e as certinhas (
Lena). Tudo que ela quer é ficar com quem ama e não se importa se vai acabar rebaixada no
sistema de pobreza.
No castelo, as coisas acabam sendo diferentes do que America imaginara e ela e príncipe Maxon acabam se tornando bons amigos. E eu amei a amizade deles! Claro que é cheia das terceiras intenções pela parte de nossa Magestade, mas ele é um personagem muito mais carismático e interessante do que aparenta e muito respeitador. Um príncipe realmente! Me ganhou assim que o conheci. Porque a gente até poderia esperar alguém arrogante, mas ele é tão gentil e tão inocente. Quase choro ao lembrar.
O livro tem sim o triangulo amoroso, porque obviamente as coisas não seriam tão simples e Aspen não sai da cabeça de America. E com o andar da carruagem passar da trama, as coisas só complicam para Meri já que Aspen reaparece e ela então fica em dúvida se deve ficar com o velho amor, ou deve deixar o coração livre para o novo. Eu gostei desse triangulo porque ele não fica irritante durante o livro, uma vez que o primeiro nem aparece e o que fica dele é só o fantasma da lembrança. Então não existe aquele drama e sim uma garota que quer se livrar do passado, apesar da dor e da dúvida. E pra ser sincera, nem tenho duvidas de quem EU America deveria escolher. É tão obvio que chega a ser injusto. Só espero que a autora não me decepcione, porque costumo semore shippar certo!
Outra coisa sobre A Seleção é que ele não é uma distopia típica. Na verdade, nem sei se ele seria uma distopia... Porque apesar do sistema de castas, da monarquia, dos rebeldes e alguma tensão em relação a ataques/guerra, o foco do enredo do livro é mesmo no reality e em como America lida com a situação. Então, nem dá pra comparar a JV porque a situação – até mesmo em relação a esse reality – é bem mais opcional do que obrigatória. As meninas não são obrigadas a se inscrever ou participar, mas fazem porque querem a coroa e/ou dinheiro para a família. A coisa das castas é uma porcaria - isso sim - mas sinto que pode mudar com nossa protagonista cheia de ideias revolucionárias para a monarquia.
O lado ruim do livro é que ele
não termina ao final (rs). Existe uma continuação e só nela poderemos saber o que America, o principe Maxon e Aspen vão decidir. Esse livro é focado no reality e nos sentimentos dos protagonistas. Acredito que o próximo terá mais movimento – em
A Elite a '
competição' entre as garotas fica acirrada – pois acho que terá mais sobre o que acontece fora do castelo e os motivos para existir os rebeldes (além da desigualdade social, porque afinal, se fosse só isso, nós deveríamos estar em guerra. #justsaying). Achei o livro uma
graça do começo ao fim, a leitura é muito agradável e fiquei toda encantada com o cenário princesa dos tempos modernos + amizade-semi-colorida + amores que despedaçam o coração e o costuram de volta! É uma distopia fofa (e pode existir isso?).
O livro é lançamento do selo
Seguinte e é uma lástima que a continuação ainda não tenha saído lá fora, pois se assim fosse, logo a veríamos por aqui, afinal, a proposta do selo é não demorar a lançar o livro seguinte....