Eu comecei a ler Ten Cents a Dance achando que eu teria dificuldades, a história se passa no inicio da década de 40 e o vocabulário é um pouco diferente. Mas isso também se deve a forma muito rica que a Christine escreveu o livro – não saberia classificar o nível de inglês necessário para ler, mas achei bem mais 'complicado' que os outros que li até hoje.
Tudo gira em torno de Ruby Jakenski... Ruby é uma jovem de apenas 15 anos que se vê obrigada a largar a escola e trabalhar para sustentar a família (a mãe e a irmã, o pai morreu) depois que a mãe fica doente e não consegue mais trabalho. Desde esse principio eu já tive muita pena da Ruby, pois ela é nova e teve que encarar a vida muito cedo. A irmã é menos de um ano mais nova e vivia como uma adolescente normal enquanto ela tinha que se sacrificar trabalhando
A irmã da Ruby é o que eu chamo de 'tipo aproveitadora e chantagista' que mesmo a vendo suar pra sustentar a casa vive implicando com ela, fazendo ameaças e joguinhos bobos. A mãe é do tipo tirana. Apesar de ser Ruby a pagar as contas ela mantém a menina em rédeas curtas – ela não a deixa nem usar maquiagem! A mãe dela realmente me irritou, tudo bem que ela só queria o melhor pra filha, mas eu acho que ela devia ser mais grata à filha por tudo que ela estava fazendo.
Eis que Ruby ganhava uma ninharia no emprego antigo, mal dava pra comprar comida, até que ela conhece Paulie Suelze um misterioso e sexy rapaz que 'percebendo o potencial da menina' a indica para trabalhar em um clube de dança – como Instrutora. A verdade é que o trabalho é como taxi-dancer. Esse nome é porque as meninas recebem (dez centavos) por dança, como um taxi – que é pago por 'viagem'. Como o dinheiro tinha outro valor, esse era um otimo preço.
A Ruby não é boba, mas em alguns momentos ela deixa a desejar no quesito 'perspicácia' e se ela logo percebe que o clube não é um lugar onde os homens vão apenas para 'ter aulas de dança', em outras passagens, se deixa enganar e não percebe algo que está praticamente implícito nas ações que ela toma. Toda a ação tem uma reação! A Ruby não chega a se prostituir, mas ela demora a perceber que aceitar agrados de clientes pode render dinheiro, mas alguma hora eles vão querer 'o retorno' e então as coisas complicam. Ruby, apesar de ter que acordar pra vida muito cedo e encarar muitas coisas que outras jovens nem imaginam mantém pensamentos típicos de menina como casar com o homem que ama, ter filhos e construir uma familia.
E tem Paulie. Ele é até bom pra ela – também, depois de ser culpa dele o fato de ela estar trabalhando naquele lugar – mas a Ruby o ama (de uma forma idiotamente infantil, tipo amor a primeira vista/beijo) e ele não sente o mesmo, não tão aparentemente. Ele é um personagem interessante, o típico vigarista charmoso, que consegue tudo o que quer. Eles começam um relacionamento, mas depois de um tempo ele quer mais do que simplesmente dar uns beijinhos...
- Yvonne tem todos aqueles caras que compram tudo e pagam o aluguel pra ela e ninguém sai correndo pra avisar ao Del sobre isso! Nora também, ou a Gabby ou você ou qualquer uma delas! Como só eu posso ser pega, hein? Me diz como?- Eu agradeceria se você não me misturasse com aquelas piranhas. E se você quer saber porque não, é porque os 'caras' delas recebem algo em troca pelo dinheiro que é bem mais que uma dança. Seu problema é, você tentou ter os dois. Isso não da certo. - Peggy diz.- Mas você....- Eu pago meu próprio aluguel....
- Eu não estou jogando. - eu murmuro.- Não mais, você não está... - ele diz - Eu estou cansando de esperar. você diz que me ama, é melhor você provar isso. - eu levantei meu queixo:- Você me ama?
Ah, o livro também fala um pouco sobre a Segunda Guerra Mundial. Tem uma passagem no período do ataque à Pearl Harbor e é bem tenso, pois nós vemos como estava o clima nas ruas por lá (se passa em Chicago). Eu não gosto de ler sobre a Segunda Guerra - meu avô estava lá e mesmo ele tendo voltado são e salvo eu nem gosto de pensar nisso! Não gosto de ler sobre guerras em geral, embora eu ache muito interessante, pois da pra praticamente se transportar pro lugar e sentir a tensão. Também fala sobre preconceito em todas as formas - lembram da segregação racial? - e tudo que envolvia a época lá nos EUA. Não sou muito ligada em historia, mas eu gostei de ler sobre isso no livro, se encaixou muito bem na historia e é basicamente o motivo que faz o enredo fluir.
Tudo se passa num período de um ano aproximadamente e nesse tempo a gente vai sabendo tudo que acontece com a Ruby, a familia dela, os amigos, Paulie. Confesso que o final não foi nada do que eu esperava! A historia toda foi tão original pra mim que nem sabia bem o que esperar, mas achei que a Christine deu a Ruby um final até feliz, ainda mais depois de tudo que ela passou.
Curiosidades:
- A historia do livro é baseada em um fato da família da autora. Ela teve uma tia-avó que realmente foi taxi-dancer nos anos 30 e quando ela descobriu, ficou tão fascinada pelo mundo das taxi-dancers que se inspirou a escrever o livro.
- Os clubes de taxi-dancing começaram durante os anos 20/30 e eram bem populares até o final da Segunda Guerra. Começaram a decair a partir de 1950 mas até hoje existem nas grandes cidades.
- O problema das taxi-dancers é que elas viviam numa margem muito imprecisa. Não eram prostitutas mas nem por isso a profissão era considerada respeitosa e elas na maioria das vezes eram colocadas de lado pela familia, pois o trabalho era considerado uma desonra.
- Existe uma música de mesmo nome (de 1930) que inspirou dois filmes homônimos posteriormente, mas não tem relação com a historia do livro.
Se você quer saber mais sobre esse mundo tão diferente eu realmente recomendo ler o livro. Eu aprendi algumas coisas que não fazia a menor idéia com esse livro e acho sempre que aprender algo lendo uma ficção (mesmo que baseada em fatos reais) é algo a se apreciar. Também é ótimo pra quem gosta de romances de época pois com certeza a historia desse livro vai te surpreender. Eu realmente tinha muitos pontos a comentar sobre o livro e aqui fiz só um pequeno resumo - até pra não soltar enredo demais, mas garanto que a historia toda é muito diferente. Um agradecimento a Christine e a assessoria dela (Tnks Covey) pelo livro.
Evellyn que resenha maravilhosa.
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, mas gostei dele só pela capa que é maravilhosa.
eu quero muito ler ele, mas só leio se não tiver estupro nem prostituição da parte da mocinha, não curto, então não prefiro ler, kkk.
Beijos.
Capa linda e como eu gosto de livros de época me interessei ainda mais.
ResponderExcluirótima review Evellyn(eu li)
bjos
Nossa, nunca tinha ouvido falar nesse assunto...mas pra mim é tão difícil ler algum livro que não seja sobrenatural...quando leio um normalzinho fico pensando como seria se tivesse algo de sobrenatural/paranormal #doido.
ResponderExcluirmuito boa a resenha!
J.
-The Eater of Books
Olha, adorei Eve! Só tinha visto o título/capa até agora, não sei porque não tinha pesquisado mais sobre ele!!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse livro, mas já vi essa capa em algum lugar.... Enfim, MUITO diferente a história do livro, AMEI. Que legal que foi inspirado numa história verdadeira, e nossa, nem sabia dessa coisa de taxi-dancer, deve ser horrivel receber DEZ CENTAVOS. Mas enfim, se eu soubesse ler em inglês perfeitamente, eu pegaria esse pra ler, pq amo filmes que se passam no tempo antigo e esse assunto é bem diferente! Beijão
ResponderExcluirLuiza,
Express Coffee
Adorei a resenha, o livro deve ser maravilhoso mas será que tem a versão em portugues? rsrs
ResponderExcluirBeijos
http://chabiscoitoseumlivro.blogspot.com
Adorei a resenha Eve, tudo de bom. Fiquei curiosa para ler o livro, se tiver uma oportunidade vou ler com toda certeza! Gosto dessa capa, acho tão meiga UHASUAHUS
ResponderExcluirBeijos, Vanessa
This Adorable Thing
Que resenha maravilhosa *-* Só de ler o comecinho dela fiquei super interessada no livro! Vou colocá-lo em minha lista! E eu conheço esse tipo de irmã u_u tsc
ResponderExcluirBeijos, World of Carol Espilotro
Ótima resenha! Também achei muito interessante o livro... Bem que podiam publicar uma versão em português, hein? Parece uma daquelas tramas onde a personagem vai se embolando pouco a pouco em uma teia de inúmeros problemas, e só percebe quando é tarde demais. Os desfechos desse tipo de história sempre são instigantes!
ResponderExcluirObrigado pela indicação!
http://livrosletrasemetas.blogspot.com/
[aaaaaa] Que lindo! Adorei a capa.. eu quero DD: hushsu'
ResponderExcluirParabéns, a resenha ficou ótimo, deu vontade de ler agora :S hehe'
Beijos
Carol {SobreUMLivro}
Adorei!!
ResponderExcluirAinda não tinha ouvido falar do livro, mas já gostei dele.
A resenha ficou ótima.
Beijo
Eve! Nossa, o livro parece ser bem interessante mesmo! Nunca li algo com esse tema antes... deve ser bom para dar uma variada :)
ResponderExcluirE, só pelo que você falou, até eu já fiquei com pena de Ruby, tadinha cara :/
MAs se o nivel de ingles é mais complicado... Não sei se esse eu conseguiria ler, principalmente tratando de expressões antigas :S
Enfim, adorei a resenha! =D
Beijocas!
Lú
Evellyn, excelente resenha! Adorei a descrição mais detalhada da estória, praticamente me "transportei para lá" rs
ResponderExcluirNão conhecia nada sobre as taxi-dancers, mas é muito legal quando a gente pega um livro e vê algo completamente novo, né? E ok, sou uma fã total das décadas de 40-60: música, decoração, roupas...Ah, nasci na época erada :P
O título é lindo, a capa também. Além disso, falar sobre a segregação racial já redenu pontos bônus a autora! Adorei!
Beijos :**,
Léka