Eu Li: O Fim de Todos Nós (The Way We Fall)

Esse livro foi lançado a um tempinho e eu tinha muita curiosidade em ler porque é de uma autora que, embora eu não tivesse lido nada, sempre depositei muita fé. Na verdade, eu queria muito ler o outro livro da Megan Crewe, Give Up the Ghost, mas como a editora lançou este, eu quis conferir.

Kaelyn tem 16 anos, está no ensino médio e mora numa ilha próxima a costa dos EUA com sua família. O pai é microbiologista e trabalha no hospital. A família morou um período em Toronto e Kae não gosta muito da ideia de voltar a morar na ilha depois de ter vivido ‘fora’, mas como não tem alternativa, está decidida a ser uma nova garota e fazer outros amigos. Ela começa escrever um diário se dirigindo a um amigo com quem perdeu o contato. O diário é uma tentativa de deixar os dias registrados para um futuro encontro e pedido de desculpas, já que agora ele mora em NY. É por esse diário, na visão de Kae, que ficamos sabendo os acontecimentos.

A vida seguia seu curso, com Kae escrevendo seus dias, até que o pai de uma amiga dela morre depois de contrair um estranho tipo de vírus. Aparentemente, é uma gripe, causando tosses, espirros, coceiras e febre, mas num estágio mais avançado, ele também tira a inibição e deixa as pessoas com certa carência afetiva, coisas que só colaboram para a proliferação da doença. O que começa como um caso isolado, rapidamente se espalha e ganha proporções inimagináveis. Logo, a maior parte da ilha está doente e o governo decide isolá-los numa quarentena, preocupados que a epidemia chegue ao continente. No inicio, trabalham em conjunto, para que desenvolvam um tratamento, mas após a situação se tornar um pouco mais grave do que o esperado, eles são abandonados a própria sorte e é aí que as coisas ficam desesperadoras. #triste

Demorei muito pra concluir a leitura, em parte por conta da minha falta de organização tempo, em parte porque fiquei achando que não estava gostando como imaginei. Diria que passei 2/3 do livro com um sentimento de decepção, porque a leitura não estava fluindo pra mim, apesar de ser um tema bem interessante. Mas aí passei por um episódio pessoal e quando continuei a ler, vi as coisas com outras perspectivas. Acho que a autora escolheu um tema tão legal para escrever e talvez meu maior problema tenha sido todo o clima de devastação que envolve a protagonista.
Quando o assunto é ciência, sorte só quer dizer que você ainda não descobriu o motivo.
De modo geral, o livro tem uma atmosfera densa, apesar de uma narrativa simples e ágil. Mas também, o que eu podia esperar de um livro chamado 'O fim de todos nós', que faz parte de uma trilogia nomeada Fallen World? Tenho problemas com livros que retratam guerra, e apesar deste não ter uma guerra claramente declarada, todo o clima de tensão, a população abandonada doente, as mortes, a falta de providencias da parte de quem deveria estar se preocupando, o egoismo e o medo dominando.... Acho que nesse ponto a autora soube retratar os acontecimentos muito bem: tem o grupo que ajuda, os doentes e aqueles que aproveitam a situação pra criar baderna. É uma crítica social muito boa. Imagino o seria de nós se passássemos por algo do tipo. Acho que o pavor deixa as pessoas realmente descontroladas.
A verdade é que a natureza não está nem aí para nada nem ninguém.
A natureza não tem sentimentos ou moral; são só alguns acasos que às vezes funcionam em favor de um bando ou de outro rebanho, e que às vezes extinguem alguma espécie.
Então, antes do meu ato de reflexão, estava bem desestimulada a continuar a série, mas agora acho que preciso continuar, porque quero saber onde aquilo vai dar. Não gostei muito de terminar a leitura sem saber o motivo do aparecimento do vírus, a causa da mutação e o porquê da contaminação tão rápida; acho até que foi uma grande jogada da autora, para nos fazer querer ler os livros seguintes.
Um acaso qualquer deu a este vírus uma chance de infectar nossos cérebros, e de se espalhar ao fazer com que suas vítimas queiram a companhia de outras pessoas. E, para a natureza, pouco importa se venceremos nós ou o vírus, dá no mesmo.
O enredo no geral, me lembrou bastante dois filmes: Epidemia (a questão do isolamento) e Fim dos Tempos (os sintomas estranhos que as pessoas desenvolvem). É um tema que sempre me interessa, adoro filmes no estilo, então acho que também foi um dos motivos para eu querer ler. Acho que se você curte o assunto, é uma boa dica de livro. Meu pesar é mesmo a falta de explicação com que terminamos, tendo que esperar a continuação para descobrir algo mais. Não é um livro que eu indique a todos, mas trata de um assunto bem diferente e se você curte os tipos de filme que comentei, vale a pena ler.

4 comentários:

  1. parece ser um livro bom, mas acho que para mim a leitura também não iria fluir, pois não é um tipo de leitura que normalmente me agrade...
    a história me lembrou a gripe H1N1 hahaha

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  2. Eu curto os filmes que você falou mas acho que não ia funcionar eu ler sobre isso. Sei lá, tá me dando raiva já a falta de respostas em um livro mesmo sendo série. Sei que uma trama pode pode manter o interesse do leitor e não me matar de suspense.

    Espiral dos Sonhos

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  3. Eu não gosto desse tipo de filme, porque tenho o problema de vivenciar tudo o que é relatado nos filmes/livros então meu coração não aguenta kkkkk
    www.fofocas-literarias.blogspot.pt

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  4. Oi Eve,

    Amei essa resenha! Confesso que não conhecia "O fim de todos nós", mas as suas palavras
    realmente remetem o livro ao filme epidemia, bem legal esse tema. Vou procurar saber mais sobre o livro e ler o mais rápido possível.
    Beijos e parabéns!

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