Legado é o fim de uma das trilogias em que mais depositei minhas expectativas desde que conheci o primeiro livro da história de Hugh Howey, Silo. Quem leu minha resenha sabe como esse livro me deixou empolgada e como assim que o lemos começamos a criar várias teorias sobre esse mundo inusitado que Hugh criou. Então li a continuação, Ordem, e o livro também é bem empolgante porque acaba adicionando mais informações a trama e nos deixa LOUCOS pela continuação. Eu li Ordem em jul/2015 e desde então minha expectativa para o fim da trilogia só aumentou e assim que pude, solicitei o livro pela parceria da Intrínseca porque eu precisava ler e contar o que achei do desfecho dessa trama que tanto me empolgou - lá em 2014. Como o esperado, a editora lançou o livro no segundo semestre de 2016 e eu recebi o livro nesta época...
A resenha não tem spoilers, porque eu preciso é de respostas!
Vou começar explicando o decorrer da minha leitura de Legado. Recebi o livro em setembro e na época postei no Instagram falando sobre minhas altas expectativas - e sabendo que esse poderia ser o inicio de uma história ruim.... Ano passado não foi o melhor ano da minha vida. /Pausa na resenha pra falar de fatos da vida porque isso contextualiza tudo/. Não foi um ano bom de modo geral para mim e isso acabou repercutindo nas minhas leituras. Tive problemas no inicio do ano e o decorrer do ano foi bem pacato em matéria de leituras porque eu realmente não estava conseguindo me concentrar e me envolver em alguns livros e Legado acabou sendo um desses livros. Comecei a ler assim que recebi, mas não senti aquela empolgação, não achei o inicio tão empolgante a ponto de conseguir seguir em frente - um pouco pelo inicio da trama (que é bem sequente ao final de Ordem) e um pouco pelo que eu estava passando na vida. /Fim da pausa contextualizadora/
Legado começa com o que o final de Ordem nos deixa a par. Jules está de volta ao Silo 18 como prefeita e está cuidando de uma escavação que visa chegar ao Silo 17 e buscar Solo e as crianças. O Silo todo está meio descrente das ideias dela e a maioria do pessoal é contra essa ideia de escavar a terra em busca de outro silo - afinal, eles nunca nem imaginaram que existiam outros - mas Jules conta a ajuda de seus velhos amigos da Mecânica, de Lukas e aqueles que acreditaram em tudo que ela viveu e apoiam suas ideias, por mais loucas que pareçam.
Novamente, o livro se divide entre pontos de vista em locais diferentes, apesar de que nesta vez, estão todos no mesmo tempo na história. Além do que se passa no Silo 18, também acompanhamos Donald e seus planos junto a Charlotte lá no 'Silo 1'. O inicio do livro não chega a ser tão empolgante porque a situação toda está caótica e a gente sempre começa essas leituras meio que sem saber o que esperar. Particularmente recomendo que, se você não o fez como eu, pegue a trilogia toda para ler uma só vez, assim as coisas estarão mais frescas na sua memória e você poderá formular suas teorias e ir confirmando ou não de uma só vez.
Mas meu problema com a leitura não se deu devido ao andamento complicado do inicio do livro. Na verdade, ele ficou em espera e este ano que eu resolvi voltar a leitura com foco para terminá-lo. Com o decorrer da história, a gente passa a entender melhor o que esta acontecendo e as coisas vão tomando rumo. O grade problema, a meu ver, é que este foi o último livro de uma trilogia que tinha tudo para ser sensacional, mas parece que o próprio autor acabou se perdendo na grandiosidade da trama que ele mesmo criou e na hora de finalizar, as coisas não tiveram como serem feitas de uma forma bem amarradinha - como eu esperava. Terminei a leitura há um mês e só agora conseguir concluir essa resenha e postar porque quem me acompanha no Twitter viu como eu fiquei enquanto finalizava o livro....
Heróis não venciam. Os heróis eram quem quer que tenha vencido. A História recontava suas versões, já que os mortos não podem falar. Tudo ficção.
Realmente não entendi qual foi a ideia geral de tudo que ocorreu no mundo para que eles chegassem àquela situação (nos dois primeiros livros a promessa é de algo bem impactante) e isso me frustrou de uma forma que eu não queria. Acho que ficou mal explicado demais as motivações de Thurman, qual era o problema do mundo antes de tudo e qual era o problema atual: o ar matava? Tudo era tóxico? Como as pessoas aceitaram aquilo no princípio? E o resto do mundo? E qual era o problema real? Qual era o objetivo final? Por quê? POR QUÊ?
Sinceramente, essa é uma resenha pouco explicativa porque até agora eu não entendi e estou aqui humildemente compartilhando minha opinião para saber se algum de vocês que leu, pode me explicar. Eu me senti enganada como quando finalizaram LOST. Parece que Hugh criou uma trama muito boa na cabeça e toda a sacada do plot era muito boa, mas na hora de finalizar ele não teve como explicar o tanto que havia criado - e quem leu minha resenha de Ordem percebeu que esse era um medo meu. Eu sabia que aquele tanto de informação que é passado em Ordem ia ficar complicada de explicar e o que senti depois que terminei o epílogo (terrível) foi que Hugh na verdade não explicou realmente o que aconteceu no mundo - nem o que levou o mundo a chegar àquele ponto, nem o que aconteceu depois de tudo.
Sinceramente, essa é uma resenha pouco explicativa porque até agora eu não entendi e estou aqui humildemente compartilhando minha opinião para saber se algum de vocês que leu, pode me explicar. Eu me senti enganada como quando finalizaram LOST. Parece que Hugh criou uma trama muito boa na cabeça e toda a sacada do plot era muito boa, mas na hora de finalizar ele não teve como explicar o tanto que havia criado - e quem leu minha resenha de Ordem percebeu que esse era um medo meu. Eu sabia que aquele tanto de informação que é passado em Ordem ia ficar complicada de explicar e o que senti depois que terminei o epílogo (terrível) foi que Hugh na verdade não explicou realmente o que aconteceu no mundo - nem o que levou o mundo a chegar àquele ponto, nem o que aconteceu depois de tudo.
Elise perguntou o que significava ser nostálgica, e Jewel respondeu:
— É quando você acha que o passado era melhor do que realmente era só porque o presente é ruim demais.
Enfim, sinto muito se não dissertei muito sobre a trama, mas até para quem já conhece os livros anteriores ou leu este livro, acho que consegui explicar o que eu senti e como esse final de trilogia me deixou. Foi frustrante. Eu sinto muito (sinto mesmo porque eu tinha essa série muito em alta na minha lista) ter que escrever isso sobre esse livro, mas foi o que a leitura me causou e eu escrevo as resenhas para compartilhar minhas sensações.
Esse é o problema com a verdade - comentou Darcy — Tanto os homens mentirosos quanto os honestos afirmam tê-la.
O que achei engraçado é que após o fim do livro, existe uma nota do próprio Hugh Howey, explicando porque ele escreveu a trama e o final e o que eu senti foi que ele mesmo percebeu que aquele final não iria agradar aos fãs, àqueles que acompanharam fervorosamente a criação das tramas enquanto ainda eram apenas ebooks na Amazon... Nem sei se a nota foi feita exclusivamente para a versão impressa, mas eu senti que ela é mais que uma explicação, é um pedido de desculpas por ele ter feito um final tão 'aberto' que em nada explica o que a gente acaba esperando desde que começa todo o processo lá em Silo.
Eu realmente sinto muito por não ter gostado desse final. Deixo claro aqui que o livro não é ruim. A escrita ainda é muio boa, existem passagens bem bonitas e poéticas sobre a humanidade - que é um tema recorrente na trama, até mesmo por conta da própria temática - e ainda tem as reviravoltas - nossa, nesse livro é uma mais impactante que a outra - e eu continuo amando Silo - e até mesmo Ordem, pelo que eles representam, pelo que eles trazem de novo e pelo que propõe. Mas Legado realmente não me convenceu como final de série porque eu esperava uma explicação mais minuciosa de tudo que aconteceu.
Pedido real: se você entendeu, me manda email, skoob, twitt... Eu realmente não entendi (ou entendi e estou em negação - o que é BEM mais provável) aquilo tudo que acontece nos momentos finais.
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