Eu Li: Para Sempre (Evermore)

Eu comecei a ler 'Para Sempre' e não pude deixar de notar que o livro, apesar de ter uma historia teoricamente original, acaba esbarrando em pontos que eu pensava 'Já vi isso onde mesmo?', mas vou comentar sem tocar nesses pontos e depois farei um post especificamente sobre isso. 

Vamos lá, acho que a historia não é novidade pra ninguém. Em Evermore (eu amo o titulo em inglês justamente pelo trocadilho com o nome da protagonista – que tem muita relação com a história se você notar) temos Ever, uma moça que depois de um acidente de carro que matou toda a família dela, permanece viva e plus com dons especiais, os quais a permite ouvir pensamentos e ver 'auras'. 

Eu gosto muito da Ever. Ponto. Ela é a narradora e não a acho chata, embora em alguns momentos ela me irrite por se torturar demais por uma coisa que obviamente ela não teria como evitar. A Ever tem tudo pra ser a pessoa mais feliz da terra, mas depois do acidente ela se isola de uma forma que em parte eu entendo – afinal ela perdeu a família toda – e por outro lado, essa coisa de ela se culpar o tempo todo é meio 'tendência mártir' que não faz bem a ninguém. Algumas vezes Ever consegue ser tão genuinamente ingênua ou estúpida que eu tinha vontade de gritar com ela! Em outros pontos ela consegue ser bem forte e o legal disso é que torna a personagem bem real pois ela vive num meio entre o 8 e 80, sempre pendendo ora pra um lado ora pra outro. 

A Haven – suposta amiga (muy amiga) – é um caso a parte. No inicio – assim, nas 10 primeiras paginas – da até pra gostar dela, mas ela é tão invejosa e egoísta e invejosa e infantil e... Eu já falei invejosa? Sério! Eu fico me perguntando como seria ter uma amiga assim! Eu sei que competição entre amigas é comum, mas a Haven é neurótica demais com isso. Ela se sufoca e sufoca a pobre da Ever junto – que só é amiga dela por pura falta de opção, já que ela decidiu se unir aos renegados da escola. A garota tem tanta inveja correndo no sangue que nem sei como se aguenta. Mas bem, tirando esses momentos a acho bem divertida até – quero dizer, ela tem essa coisa de se sentir abandonada pelos pais e tudo que ela quer é chamar atenção para si (uma coisa meio infantil pra uma adolescente, mas fazer o que?) Quando a Haven não esta tão ocupada sentindo inveja da Ever – raro – ela até consegue ser uma amiga melhor.

Miles, o amigo-gay, é ótimo, o adoro e ele é o típico amigo gay que toda-protagonista-tem. Embora isso soe clichê acho super valido, pois pra aturar uma amiga como a Haven, só mesmo com um amigo mais leve e sincero como Miles.

- Não viaja, garoto. - mesmo já sabendo do que se trata, digo isso, louca para dar fim a esse tormento.
- Olhe, [...] Eu ia ligar pra você ontem mas meu pai confiscou meu telefone e me arrastou pro campo de beisebol, só pra me ver rebatendo como uma garota! - Miles ri. - Você perdeu o espetáculo! Desmunhequei o máximo que pude, ele ficou hor-ro-ri-za-do.

- Alo-ou! - exclama Miles, segurando meus braços a força. - Alto, moreno, bonito e sensual a estibordo! Você passou direto por ele, o que está acontecendo? ...

E nosso herói Damen Auguste... Se eu não conhecesse Pat, ops, não vou comparar! Damen é um personagem bem surpreendente. De fato toda a mitologia que a Alyson inventou é bem interessante. É original e não tem vampiros nem lobisomens nem anjos... Damen além de maravilhosamente sexy e irresistível não é aquele bad boy/mocinho que afasta a mocinha e sim a atrai. Gosto muito disso. Ele – diferente da maioria dos casos – não fica fazendo a Ever não gostar dele, pelo contrario, ele quer mesmo que ela fique com ele e deixa isso claro – na maioria das vezes. O Damen é tão gentil e diz coisas tão amáveis, sempre tão paciente, mesmo nos momentos mais chatos da Ever, que é impossível não ama-lo. 

- Os dois são bem legais - explico - Mas os Piratas tem o Johnny Depp, né? O que é uma grande vantagem, você não acha?
- Johnny Depp? - ele retruca, as sobrancelhas arqueadas. - Então ele é meu principal concorrente?
Não me dou o trabalho de responder. Correndo os olhos pela figura de Damem (os jeans escuros, a camisa preta de mangas compridas, as botas de sempre), chego a conclusão de que não tem ator de Hollywood que seja páreo para ele. Mas não vou dar o braço a torcer, claro.

A irmã da Ever, Riley também é uma das coisas fofas do livro! Ela fez tanto sucesso que ganhou uma serie só pra ela (Radiance). Alguns chegam a dizer que preferem a Riley à Ever - o que não é difícil acontecer, pois como eu disse, a Ever tem uns probleminhas que a deixam chata enquanto a Riley é só uma criança de 12 anos então tudo que ela vem a fazer é mais justificável! Riley sempre está por perto para tornar tudo mais divertido e eu amo a fantasmisse dela!

Os momentos finais do livro são tão frenéticos, as coisas acontecem e se resolvem de forma tão veloz - mas não de modo ruim, fica tudo bem explicado - que quando você para pra piscar e respirar o livro acaba! O final foi tão... Sabe, quando você vira a pagina e fica perguntando 'eu quero mais!'? A editora Intrínseca ainda fez o favor de colocar uma provinha do livro seguinte 'Lua Azul' no final desse só pra deixar todo mundo morto de curiosidade! Espero ler a continuação em breve, porque o 'gancho' deixado pela Alyson foi bem legal.

Eu também amo as referencias desse livro - e são muitas! Pra começar tem a Hilary Duff, depois ainda aparecem The Cure, Kristen Dunst em Maria Antonieta, Orlando Bloom...  Então vemos Evanescence – e ok, eu lembrei e tive que ouvir Don't Call Me When You're Sober – Isso sem falar em Friends!!! A minha série preferida de todo o mundo das sitcoms. Realmente o livro é bem direcionado ao publico jovem/YA e estou bem curiosa pelos próximos volumes da série.

Para Sempre é bem mais que um livro sobrenatural com romance adolescente. O livro fala muito sobre fé - não de modo religioso mas em si mesmo -, confiança, a importância do perdão e uma coisa que eu acredito e gosto muito da idéia reencarnação Além do poder do amor e como ele pode transformar nossas vidas em todos os sentidos.

PS: a tradução do livro também é muito legal. Quero dizer, li alguma coisa online - que geralmente o pessoal faz uma tradução mais fiel - mas achei que o modo como tudo foi adaptado a nossa linguagem foi muito bom. Tem bastante gírias e elas dão o toque que aproxima a realidade do personagem à nossa. Então acho valido elogiar o trabalho de tradução, pois mesmo que, como na dublagem, na tradução de textos, algumas coisas tenham que ser modificadas, temos que levar em conta o quanto isso aproxima o livro do publico-alvo ao qual se dirige.