Teorema é o segundo livro do famigerado (para o bem e para o
mal) escritor queridinho dos jovens, John Green. Na minha resenha de A Culpa,
expliquei que havia gostado muito do livro e da escrita de Green, mas que ele
não foi exatamente meu livro favorito da vida. Não quero chocar ninguém, mas acho
que gostei mais de Teorema.
O livro é narrado em terceira pessoa e começa após Colin
Singleton, nosso não-tão-amado protagonista, levar o fora de sua 18ª namorada
Katherine. É interessante que apesar do livro se desenrolar devido aos namoros
fracassados de Colin, esse nem é o ponto mais focado da história. Colin foi uma
criança prodígio, dessas que começam a ler com 4 anos. Ele tem facilidade em
aprender as coisas mais rapidamente que os demais e consegue criar anagramas pra qualquer frase em poucos segundos (sério, quem consegue fazer isso?). Acontece que agora,
aos 17 anos, o único mérito real de Colin é ser um SUPER terminado. Ele
simplesmente não é bom em relacionamentos pessoais – ele é péssimo na verdade. Colin tem um único amigo, Hassan – por
acaso é o personagem mais engraçado da história – que é muçulmano e apesar de já ter terminado a escola, não tem
grandes ambições (como ir pra faculdade ou arrumar um emprego). Hassan também
não está preocupado em arrumar uma namorada porque está se guardando para seu verdadeiro amor (sério).
Colin sempre preferiu banhos de imersão; uma das regras fundamentais em sua vida era nunca fazer em pé qualquer coisa que pudesse realizar, com a mesma facilidade, deitado.
#todospreferimos
– ... Pela última vez, eu não tenho interesse em namorar uma garota com quem não vá me casar. Namorar Lindsey seria haram. Além disso, o nariz dela é enorme. Eu não sou chegado a nariz grande.– Bem, não quero botar lenha na fogueira, mas você faz várias merdas que são haram.– É, mas a merda de haram que eu faço é tipo, ter cachorro. Não é usar crack nem falar mal das pessoas pelas costas [...]– Relativismo moral. - Colin disse.Ninguém gosta de relativismo moral, afinal.
Então eis que Colin está super depressivo porque seu décimo
nono namoro fracassou – por culpa dele – e Hassan surge com a ideia de fazer
uma Road Trip (aka viagem de carro) sem
destino pelos Estados Unidos, saindo de Chicago rumo a anywhere. Apesar
da relutância de seu pai – que gostaria que ele passasse o verão estudando ou
tentando descobrir a cura do câncer (certo, isso não é verdade, mas eu bem
imagino que o Sr. Singleton gostaria que isso acontecesse) – Colin recebe carta
branca para viajar com o amigo, contanto que se comunique com os pais todos os
dias.
– Eu e você vamos ler um livro e achar, tipo, três coisas interessantes das quais nos lembraremos. Mas Colin acha tudo intrigante. Ele lê um livro sobre os presidentes e se lembra de mais coisas que estão ali porque tudo é percebido pela mente dele como fugging interessante.
Eles saem com o Rabecão de Satã (é), o carro de Colin a
procura de aventuras e acabam encontrando isso no lugar mais improvável: uma
cidadezinha chamada Gutshot, nos confins do Tennesse, onde eles param para
visitar o tumulo do arquiduque Francisco Ferdinando (aquele mesmo, responsável pelo
estopim da 1ª GM – obrigada professor da 7ª série). E é nessa cidade, no meio de nowhere
que eles vivem as maiores aventuras do verão *voz de narrador de Sessão da
Tarde* Certo. Parei. Em Gutshot eles conhecem Lindsey Lee Wells (e sim,
precisamos chamá-la pelo nome completo ou perde a magia do Sul). E é lá também
que Colin tem a fantástica ideia de criar um teorema que possa calcular a
probabilidade de duração dos relacionamentos amorosos. Ele resolve chamar isso
de Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines. Então ele usa como
base todos os seus relacionamentos fracassado com as Kathys, mas sua ideia
final é que esse teorema possa prever qualquer relacionamento futuro – e dê uma
luz a pessoa curiosa que quer saber o futuro do seu relacionamento. Não vou contar o que acho dessa ideia ou o
que ele descobre, mas acho que não é difícil de imaginar.
Eu gostei BASTANTE desse livro. Uma das coisas que
mais gosto no John é que ele consegue escrever sobre muitas coisas, colocar
muita informação num livro, e ainda assim a coisa fica interessante! Não fica
desnecessária ou sem sentido, de alguma forma, tudo acaba se encaixando na
história e a gente ainda acaba aprendendo/descobrindo varias coisas
interessantes mas que normalmente não procuraríamos. Esse livro é cheio de
notas de rodapé que explicam as coisas menos 'convencionais' do livro. E
especificamente em Teorema há muitas coisas interessantes! Tem algumas coisas
tão legais que eu quase tenho vontade de passar a usar no meu dia-a-dia, mas aí
as pessoas vão me achar pretensiosa (cof - acho que JG tem isso). Apesar do livro não ter um final imprevisível
(e porque deveria ter, né? Matemática é
a coisa mais lógica – e previsível – do mundo), é muito legal acompanhar a história
e desenvolvimento dos personagens. Se você não gostou muito do Colin assim que
começou a ler, persista, porque ele vai melhorando com as descobertas que faz!
– Ahhhhhh. Graças a Deus.
– Você não acredita em Deus.
– Graças à sorte e ao DNA - Colin se corrigiu.
Nos momentos de desespero que a gente conhece os ateus.
Outro ponto que gostei foi que este foi um daqueles raros
casos de livros-em-terceira-pessoa que eu me envolvi com a narrativa desde o
principio e não senti aquele afastamento inicial que sempre sinto. Acho que até
pelas notas de rodapé, o narrador parece muito 'amigo' e isso me fez achar a
narrativa melhor do poderia ser em 1ª – quem leu sabe porquê!
Ele gostava muito da ideia do café - uma bebida quente que fornecia energia e tinha sido associada durante vários séculos, a pessoas sofisticadas e a intelectuais. Mas, para ele,, o gosto do café em si parecia bilis cafeinada.
Não entendo comparação com bilis por motivos óbvios, mas achei legal compartilhar o quote.
Mais uma vez, eu não quis chocar ao dizer que prefiro um
livro mais leve a um que a protagonista está com câncer, mas é só que prefiro
coisas mais 'despretensiosas', sem aquela pressão de 'me ame porque algo terrível
vai me acontecer'. Então gostei muito de Teorema, que consegue ser mais leve,
sem deixar de ser espirituoso, interessante e delicioso.
– A gente não devia.
– Bem, você começou.
– Tá, mas eu só comecei pra ter a chance de dizer "a gente não devia" de um jeito bem dramático.
– Ahn.
Concordo que não se pode perder a chance de dizer "a gente não devia" de um jeito bem dramático ;)
Pra finalizar, ainda vou
acrescentar que JG ainda não é um escritor que eu ADORE, mas acho que ele tem
um grande apelo com o publico jovem devido ao seu canal no YouTube, seus livros
com temáticas tão 'vida real' e porque não dizer, sua simpatia. Ainda não li
algo dele que me marcou profundamente (embora absolutamente, algumas frases de
seus livros sejam mesmo inesquecíveis – tipo 'viral'), mas é um dos que posso
comprar um livro de olhos fechados porque sei que vai me agradar. Digo isso porque não entendo o motivo da
adoração em volta dele – mas pensando assim, acho que não entendo adoração de
forma geral.
O Teorema foi lançado pela Editora Intrínseca e se você ficou curioso para testar seu relacionamento, aqui tem um aplicativo que faz isso. E deixo aqui também um parabéns a tradutora, Renata Pettengill, porque fico imaginando o inferno (e a maravilha) que deve ter sido traduzir aqueles anagramas todos! Apesar de eu achar que alguns ficaram bem estranhos, acho que ela fez o melhor, diante os desafios (afinal, K é uma letra tão usada no português!).
Já te disse isso no twitter, mas a sua resenha ficou sensacional. Daquelas que me dá vontade de sair correndo pra comprar o livro - e com certeza esse vai ser o próximo que eu vou comprar.
ResponderExcluirAcho que eu vou passar a ter uma adoração fanática pelo John Green pelo jeito que você descreveu a narrativa dele, mas isso não vem ao caso. O livro parece ser muito bonitinho, e eu vou ler loooogo.
Beijos!
Malu
Não sei porqué mas esse livro ainda não conseguiu captar meu interesse. Por mais resenhas quer leia acho que não seria uma boa leitura para mim. E a capa também não é linda (coisa que eu sempre reparo).
ResponderExcluirwww.fofocas-literarias.blogspot.pt
Tá, já vou começar este meu comentário lançado VÁRIOS ''tsck, tsck'' para você por ter cometido uma atrocidade, quiçá HERESIA por ter falado que gostou mais de Teorema do que de Culpa. Que os deuses da literatura jovem adulta tenham piedade da sua alma... -qqq Rsrsrsrs
ResponderExcluirMas enfim, vamos falar exclusivamente (ou não) do livro em questão.
Como eu já disse milhares, e milhares, e milhares de vezes, mesmo eu não tendo uma relação interpessoal muito boa com o John Green (a pessoa, o vlogger), eu sou completamente apaixonado por ''A Culpa é das Estrelas''. Foi um livro que eu já fui ler esperando não gostar nem um pouco, e quebrei a cara totalmente. Então, sim, eu estava com uma certa expectativa para o lançamento de ''Teorema Katherine'' por aqui.
O que é engraçado, pois MUITA gente já tinha me avisado que - definitivamente - ''Teorema'' não era o melhor livro do autor, muito pelo contrário. Mas estava todo mundo tão empolgado no Twitter, Facebook, blogs e afins com a publicação que eu simplesmente ignorei todo e qualquer conselho, e corri para ler - ainda mais que ele era o livro do mês do Clube do Livro.
E o que foi que eu descobri com a minha leitura do supra citado?! Bom, definitivamente, ''Teorema Katherine'' não me transmitiu nem um décimo de sentimentos e nem me proporcionou o mesmo fascínio que ''A Culpa é das Estrelas'' me deu no ano passado. Pode parecer algo meio injusto de se falar, já que - eu sei - são livros com temas completamente diferentes, mas devido à comoção que ''Katherine'' causou com a sua chegada por aqui, eu esperava ao menos uma narrativa tão brilhante quanto à empregada na história de Hazel & Gus. E, não, o livro não chega nem perto disto. Para falar a verdade, eu achei ele bem mais pretensioso do que esperto.
Em cada página de ''Teorema'', eu senti uma necessidade terrível do John Green em querer provar para o leitor em como ''Oh, ele é esperto, e engraçado, e inteligente e nerd''. Principalmente o último. Foi MUITA forçação de barra a coisa toda da matemática, e em como o Colin Singleton - o nosso ''amado'' (aham, sei... ¬¬') protagonista - se porta por ser um ''prodígio''. Tinham partes, que eram nitidamente para serem engraçadas. Mas acabaram ficando enfadonhas e arrastadas.
Por falar no Colin, eu achei ele completamente pedante e infantil e egoísta. A minha vontade era de entrar no livro à cada cinco páginas só para dar uma surra nele, tamanha a minha irritação. Ele faz MUITO mimimi por nada, e nem dá para colocar a culpa por que ''olha, ele é um prodígio incompreendido'', pois não cola mesmo! Mas sabe o que é pior? Tinham momentos que eu me via nele. E isto é péssimo, pois eu ficava me perguntando se eu era tão odioso para as pessoas quanto ele era.
Dos personagens, os únicos que eu salvo de verdade é o Hassan (o melhor e único amigo do Colin, e que é engraçado de verdade e, graças à ele, o livro rende boas risadas) e a Hollis Lee Wells (pois, de uma forma muito estranha, ela acabou me lembrando a minha própria mãe). Já a Lindsay, eu a achei completamente volátil. De lua mesma... A definição da ''Mulher de Fases''.
(continua)
(continuação)
ResponderExcluirQuanto a história em si: agora começo à entender todas as pessoas que odeiam este livro... Parece que fiquei dando voltas e voltas para lugar nenhum. E só encontrei algum sentindo na trama na parte final. Nos 80% restantes, é só um amontoado de cenas aleatórias que não parecem ter correlação nenhuma.
Enfim, sei que depois deste testamento com jeito de manuscrito, pode parecer que eu não gostei do livro. Mas eu gostei dele, de verdade. Da forma mais sincera do mundo, eu digo: ''Teorema Katherine'' é um bom livro. Mas não é isto tudo o que falam... Não mesmo! Tem seus momentos divertidos e legais e tal, mas justamente por ser pretensioso demais, acaba que quebra o encanto.
E, sem sombra de dúvidas, ele não chega nem perto de ''A Culpa é das Estrelas''.
Henri B. Neto
''Na Minha Estante''
Olá Evellyn
ResponderExcluirTudo bom?
Como vc leu na resenha do LMT eu não gostei muito desse livro mas me encantei como todo mundo pelo " A culpa é das estrelas". A diferença é que Hazel me passou tanta gana mesmo tendo um problema gigante, uma vontade de viver e eu na época precisava disso para ver que meu problema era micro perto do de outras pessoas. Me encantei com a narrativa.
O que não aconteceu com Colin , a mania dele com um nome só de garota, e a falta de amor próprio me incomodaram bastante. Talvez porque no momento eu precise de um personagem forte! rs
Green é brilhante, gostei das falas, do dinamismo, mas ficou muito abaixo do que eu esperava.
Comprei para ler no e-book paper towns!
Vamos ver o que acho..rs
Beijos
eu curti bastante Teorema Katherine, mas não foi um livro que fez uma super diferença pra mim, sabe? Ele é gostoso de ler, mas na hora que eu fechei, acabou. Não me pegou por mais tempo, e eu não me apeguei aos personagens, apesar de eles serem bem legais. É uma leitura válida e boa pra passar o tempo, mas só. Acho que no fundo, quando comecei a ler, eu meio que esperava algo mais tipo TFIOS, mas não tem nada a ver - e isso não é ruim, é só como as coisas funcionam haha. Não me decepcionei, mas também não me surpreendi. E só.
ResponderExcluirBeijão
http://nossosromancesadolescentes.blogspot.com.br/
Me sinto péssima por ainda não ter lido nenhum livro do autor. Sério que vc não curtiu muito A Culpa? Pq TODO MUNDO que conheço e que já leu colocou essem livro entre os favoritos. :O
ResponderExcluirTenho vontade de ler A Culpa e O Teorema,claro quero conhecer o autor.
bjs,
Camila Márcia
@camila_marcia
De Livro em Livro
Devaneios Fugazes
não sou muito fã de livros em 3° pessoa, mas estou interessada neste livro pelo fato de ser do Green #fato
ResponderExcluirgostei de A Culpa, mas não achei o livro da minha vida... acho que li muitas resenhas boas dele e fui com muita sede ao pote :(
adorei os quotes que você escolheu... um mais fofo do que o outro, e muito inteligentes!
só fiquei meio perdida e não intendi o que que é haram ;x
Oi Eve o/
ResponderExcluirFaz anos mesmo que eu não passo aqui UAHSUAHS Adorei a resenha. Ah, eu sofri com A Culpa é das Estrelas, ainda bem que você não foi afetada por isso, eu fiquei em choque. Sério, de verdade.
Ainda não li esse livro, então não posso falar nada, mas parece ser legal. Gosto desse lance de anagramas e afins. Enfim, vou esperar para ler e tirar minhas próprias conclusões do livro.
Veja se não suma mais dos meus comentários que não sumirei dos seus também <3333
Beijos, Vanessa.
This Adorable Thing
Gostei bastante da sua resenha, terminei de ler A Culpa é das Estrelas, gostei, chorei, mas também não virou favorito. Quanto ao Teorema, estou louva para ler. Depois passo aqui e digo o que achei. Beijos!
ResponderExcluirhttp://livrosobaluzdalua.blogspot.com.br/
Todos falam desse livro, mas não sei se é bom mesmo! sei lá fico na dúvida apesar de ter amado a culpa é das estrelas! Amo o John ahahha bises :)
ResponderExcluirAmei a resenha. E confesso, que antes dessa resenha não queria ler esse livro.
ResponderExcluirhttp://www.blogflordelis.com/
Eu gosto pra caramba do John, mesmo, mesmo. Mas tem uns dois livros dele que são meio bleh, e O Teorema é um deles. Recomendo a leitura de Paper Towns e Looking for Alaska, são lindas histórias <3
ResponderExcluirBeijo!
Raquel
www.pipocamusical.com.br
Oi Eve,
ResponderExcluirGosto muito do John Green, mas apenas com base em "A Culpa é das Estrelas" que eu amei demais! Mas, gostaria de conhecer outros títulos do autor com temas e dramas variados, não só o câncer abordado em A Culpa. Teorema parece ser bem interessante e bem mais leve mesmo, embora eu escute muito mais elogios para Cidades de Papel e Quem é você, Alasca?
De qualquer maneira, pretendo dar chance ao autor e ler outras obras suas até para saber seu nível de diversidade.
Beijos