Eu Li: No Limite da Atração (Pushing the Limits)

Ganhei esse livro da Lisse logo assim que a editora Verus o lançou. Ela leu e achou que eu deveria ler também, então me presenteou (olha que amiga fofa). Obviamente, atrasada e enrolada que sou, não consegui ler assim que recebi, mas decidir não mais protelar e aproveitar o feriadão de Páscoa-Tiradentes para ler. E a verdade foi que li o livro em impressionantes 27 horas (uhul). A resenha tem muitos comentários em relação ao enredo do livro, apesar de nenhum spoiler explicito.

O livro é narrado sob dois pontos de vista: de Echo Emerson e Noah Hutchins. Os dois estão no último semestre do ensino médio e passam por acompanhamento clinico-escolar. Então, já começamos a história sabendo que nossos dois protagonistas tem problemas e isso os une (hahahah). Achei isso um ponto legal e um diferencial, uma vez que geralmente temos um lado complicado e o outro certinho e coisa e tal.  Echo e Noah estão com nesse acompanhamento por motivos bem diferentes e apesar de estudarem na mesma escola e terem aulas juntos, nunca haviam tido contato até então. Noah perdeu os pais em um acidente trágico anos antes e vive mudando de lar adotivo devido seu comportamento instável e Echo tem um problema grave em relação a um acontecimento envolvendo sua mãe que a fez perder parte da memória, além de não conseguir dormir bem a noite por conta de pesadelos.

Logo de cara, não consegui gostar do nosso mocinho, porque sou bem caretinha e chatinha em alguns aspectos e não consegui me apegar a um drama de uma pessoa que se droga (desculpa sociedade), sei lá... Perde pontos no meu ranking de comoção. Acho que a personalidade bad boy de Noah é bem conhecida nessa área YA/NA, mas eu ainda não tinha me deparado com um protagonista que fizesse uso de drogas ilícitas e isso meio que me repeliu. Claro que vamos acompanhando uma mudança desse comportamento dele no decorrer do livro, mas logo no inicio, isso me afastou e me irritou porque eu gosto de gostar do mocinho, por maior que seja a bad attittude dele (EXCETO usar drogas – nossa, sou tão complexa)!

Já a trama de Echo não me pareceu comovente o suficiente logo de cara porque achei algumas questões do ‘drama’ dela muito bobas (aka superficiais). 
  1. Existe todo um mistério em relação a um sumiço dela numa época da escola, então ela – que sempre fora popular - volta sendo considerada ‘a esquisita’. Echo tem uma amiga que considera ‘verdadeira’, Lila, que é a única que ficou do lado dela durante todo o período mesmo com o resto da galera a achando esquisitona. Lila foi uma personagem que gostei, ela não tem muito aprofundamento, mas é a única que realmente representa uma amiga na vida de Echo.
  2. Depois vem o fato de Echo voltar a se envolver com o ex (com que ELA havia terminado) mesmo sem estar apaixonada por ele, mas porque formar um casal com ele seria conveniente e a faria ser aceita de volta ao grupo (acho isso de uma superficialidade tão enorme! Sei que é coisa de High School Americano, mas mesmo tendo livro milhões de livros, não consigo entender. Acho besta.). 
  3. Então, tem a questão familiar dela não aceitar a nova esposa do pai porque acha a garota (sim, porque a madrasta é só 12 anos mais velha que ela) culpada pelo divórcio dos pais dela quando claramente existia muito mais coisa por trás do que apenas uma troca de esposas. Existe uma mágoa em Echo com relação a isso que nem Freud nem a mãe dela explica (hm... ops, na verdade, a mãe dela explica sim!). Eu realmente entendi a história toda, mas como comentei no Twitter, acho que sofro da síndrome dos pais casados e simplesmente não aceito (aka acho uma bobagem) esses dramas que rolam em relação a nova família de um dos pais. Sabe, acho que o casal se separa, os filhos são pra sempre, e vida que segue. Não entendo quando rola drama de não-aceitação. Acho isso tão mesquinho, idiota e inconveniente (por qualquer das partes que seja). Entretanto, mais uma vez, me desculpem, é uma opinião pessoal e eu sofro da síndrome supracitada.
Então, esses comentários foram pra confessar que até o meio da história os dramas pessoais de Echo e Noah não me envolveram do modo que achei que seria, mas ao mesmo tempo, a autora tem uma escrita muito fluida que nos faz ler sem perceber (vide o tempo que levei pra concluir). Na verdade além do meu problema em relação a Noah e o uso de marijuana também não achei o drama de Echo claro o suficiente para me comover. Existe um mistério em relação ao que aconteceu com Echo nesse período que ela se afasta da escola (e volta como esquisita) e embora as coisas sejam esclarecidas aos poucos, eu consegui entender o acontecimento bem antes da revelação oficial (e vocês sabem como me irrita descobrir antes do narrador algo que aconteceu a ele e ele CONTA, certo?). Claro que até a revelação oficial, fica uma dúvida ou outra sobre como ou porquê, mas achei que a ideia geral estava lá o tempo todo e só Echo não viu *cantando Na Sua Estante*. Juro que fiquei chocada quando li exatamente o que aconteceu, mas acho que o que mais me irritou foi a forma com que Echo lida com a situação antes da revelação. Tem essa coisinha que não saiu da minha cabeça durante todo o tempo... Tentei, mas não consegui entender como AQUELA SITUAÇÃO aconteceu. Do modo que o assunto é tratado, parece algo terrível de horrível, mas mesmo após a revelação, não consegui imaginar como pode ter acontecido pra chegar naquele ponto! Mas gostei de que depois de descobrir a verdade, ela pode tomar algumas atitudes (embora eu não concorde com algumas.. anyway) e dar um rumo pra vida.

Mas calma pessoal, agora vou chegar ao ponto em que digo porque apesar dos pesares, adorei o livro!

Por exemplo, Noah e Echo contam com a ajuda dessa assistente social clinica, a sra. Collins que entrou pra minha lista de ‘adultos sensacionais em livros que não são sobre adultos’. Ela realmente é peça fundamental no livro e a grande responsável por várias coisas boas e úteis que acontecem com nossos dois problemáticos (há) durante a história. Sem ela aquilo ali não chegaria a lugar algum e adorei o papel que ela tem na vida deles <3 #teamsraCollins
Silêncio: a defesa dos culpados
#vixi...
A parte do enredo envolvendo Noah e os irmãos mais novos realmente me emocionaram a lot. Tem umas cenas que me fizeram chorar e chorar e basicamente todas as minhas emoções em relação a comoção se deveram a eles. Achei o tempo toda a atitude de Noah em relação ao que ele queria fazer totalmente incoerente e irritante, mas no fim as coisas se encaminharam e são as cenas mais emocionantes da história. Acho que crianças são meu fraco e adorei essa parte da trama!

Se o drama da Echo em relação a escola, as amizades, ao ex, ao pai e a madrasta (e a mãe) não me agradou, gostei da parte que envolve o irmão dela. É algo que tem um significado bonito na história. E nesse aspecto, acho que existem outros personagens na história que são bem interessantes, apesar de não sabermos muito sobre eles (como os irmãos adotivos do Noah, Beth e Isaiah - que tem livros só deles).

Cheguei ao final do livro com uma sensação boa, de que as coisas finalmente estavam se encaminhando para nossos protagonistas, ainda mais depois de tanto sofrimento e blablabla – e isso é algo ótimo porque significa que eu realmente vi um crescimento neles durante a história e acho que isso vale demais! É tipo uma transformação da água pro vinho, mas que faz total sentido porque a gente lê aquilo.. Como diz a proposta do enredo, gostei de ver como um serviu de apoio ao outro e como eles se ajudaram a crescer e se aceitar, não só focando a parte do amor/romance ou sexo. Também devo dizer que estou querendo muito ler o segundo livro da série, que vai falar da Beth (a irmã do Noah) porque teve um momento da história em que eu cheguei a pensar que ela era minha personagem preferida e não a Echo com seus mimimis e Noah com sua falta de coerência. Sabe quando você até suporta os protagonistas, mas acha que tem gente melhor naquele enredo? #EvellymMádoOeste

Um outro ponto que gostei é que apesar do romance que se desenvolve entre eles, isso não vira o foco principal da trama! Achei isso bem legal porque não costuma ser assim. O romance é cheio de altos e baixos, mas gostei de como ele foi desenvolvido, junto com os outros acontecimentos na vida deles, não como se a partir daquele instante eles só vivessem para aquilo. Claro que tem um clichê ou outro no meio de tudo, mas amo o clichê bem desenvolvido! Tudo depende de como o autor trata o assunto e achei muito coerente para a história. Alias, alguém mais achou que esse livro era um NA? Juro que do jeito que ele era "vendido", passava a impressão de ser mais adulto e a verdade é que se passa num high school e é um YA como nós estamos cansados de ver....

Acho que consegui escrever quase tudo que queria a respeito da leitura (se chegou até aqui, se já leu o livro, comente me dizendo se gostou, se concorda, discorda...) e apesar de minhas criticas parecerem fortes em relação a aspectos que não curti, como um todo, gostei bastante da leitura (novamente, eu li rápido e escrevi esse testamento, logo, ela me fez refletir muito) e quero ler os demais livros da série. Gostei da forma de escrita da Katie e acho que ela trabalhou temas interessantes - embora eu discorde de alguns desenvolvimentos. Recomendo a leitura se você gosta dessas tramas adolescentes cheias de reviravoltas, dramas e um romance cheio de química - isso é inegável! É um livro jovem-adulto com algumas características que eu ainda não encontrara e fiquei feliz em ler e conhecer!

Ah, pra finalizar, devo dizer que AMEI o fato da autora ter deixado relacionado no final do livro uma lista de músicas (a playlist oficial) que a inspirou a escrever a história! É muito legal você ler e poder ouvir o mesmo que o autor - ver como aquilo pode ter inspirado determinado aspecto do enredo! Na verdade, me agradaria muito que todos os escritores fizessem isso (assim, direto no livro, sem ter que visitar site depois). Vou deixar aqui o link pra duas das músicas que ela cita, embora sejam numa versão cover, que eu amo mais que as originais!

No mais, é isso muchachos! Bejitos!

4 comentários:

  1. Olha, pelo jeito como você falou que o texto final tinha algo por volta de três páginas, confesso que eu esperava uma resenha bem maior... -qqq *insira uma risada aqui*

    Eu até entendo o seu afastamento e repúdio com relação ao Noah ser um maconheiro e tal - afinal, eu também repudiei bastante este lado dele, apesar de não ter repudiado ele em si como protagonista inicialmente, pois achava que ele era um cara muito acima daquela m*rda toda, e que não precisava se jogar no boeiro por culpa dos seus problemas e all this things - mas a sua opinião sobre a forma como a Echo lidou com toda a mudança e desestruturação da família que ela conhecia meio que me chocou. Eu sei que, no fim, assim como ela mesma, vemos que nada é tão preto ou tão branco, mas eu não saberia como enfrentar aquela situação...

    Tipo, não, é confuso e estranho pensar naquilo tudo. Por mais que, utopicamente, filhos não devem se envolver no conflito dos pais, filhos se envolvem sim. É uma verdade universal, e por mais que não seja o desejável, todos os lados vão perder no fim. Então, mesmo nunca tendo passado por situação sequer semelhante, eu entendi a Echo sim. E aqui, pessoas vai vir um SPOILER lindo, então pulem o próximo parágrafo:

    SPOILER

    Veja bem, por mais que a relação dos pais da Echo já estivessem uma bosta devidos ao problemas psicológicos da mãe, e por ela não querer se tratar e tal, o pai dela acabou fazendo algo que acho imperdoável: Traição. Pois, quando alguém é casado e tem filhos, querendo ou não, a traição não é só com os cônjuges. É com os filhos também. É uma dimensão maior e completamente diferente quando envolve só o casal. E aceitar uma traição deste tamanho e deste tipo é MUITO difícil. Ainda mais quando um dos envolvidos era alguém que você estimava tanto e que era praticamente a sua amiga. Pois acho que isto pesa muito mais do que a questão da idade - a babá era amiga da Echo, então ela se sentiu traída DUAS vezes. Então, mesmo também achando o fato dela se preocupar com as questões sociais no High School seja realmente fútil (mas que era, obviamente, uma válvula de escape), não acho que ela tenha sido egoísta ou mesquinha pela forma como reagiu ao novo casamento do pai. Pois não tem como levar isto muito numa boa até que as coisas se acertem. Sem falar que ela, no mesmo período, acabou perdendo o irmão (que era um herói para ela), e a figura idealizada da mãe... Ou seja, ela perdeu toda a sua base. Então, yeap, definitivamente entendo a Echo. Mas fico feliz da autora ter resolvido TODA esta questão de um forma crível e inteligente, diferente da sonhadora no mundo de Algodões Doces conhecida por ter escrito ''A Probabilidade Estatística do Amor a Primeira Vista''.

    FIM DO SPOILER

    Enfim, tirando este ponto *gigantesco*, eu concordei com vários pontos da resenha. Tipo, não tem como não se emocionar com a situação toda dos irmãos do Noah. E sem sombra de dúvidas, a amiga da Echo e a psicóloga são duas ótimas personagens. Gostei de verdade do livro, e não sei por que até agora ainda não li o meu ''Dare You To'', que já tenho à séculos, mas por algum motivo (LEIA-SE ''Ler em inglês''), eu ainda não li ele.

    ps: Nossa, fazia séculos que não deixava um testamento por aqui. Estava com saudades disto... Rsrsrsrs

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  2. Amei sua resenha e obrigada pelos créditos de ter lhe dado um presente, foi engraçado rs
    Fico feliz de vc ter gostado e ter escrito todo esse testamento em forma de resenha.
    Eu sou fascinada por esse livro e o indico pra quem quiser.

    Eu não consegui reprimir o Noah pelo que ele faz. Sou da seguinte opinião que as pessoas fazem o que quiserem. Simples assim. E ainda levando em conta os muitos problemas que ele já tinha, isso não me surpreendeu em nada. Não que eu concorde, eu sou contra drogas. Mas, "sua cabeça é seu guia, e todo o blablabla de faça da sua vida o que quiser".

    Sobre a vida da Echo e como ela lida com as coisas, eu achei muito boa a maneira como ela lida com tudo. Eu lidei de forma muito pior quando os meus pais se separaram; e sem contar toda a coisa da mãe dele, que no final virou uma super bola de neve que logo explodiu. Então, o fato de vc ter seus pais casados devem ser um ponto a seu favor e achar isso tudo mimimi.

    Todo o resto como vc contou foi o que me encantou: a psicóloga e o irmãos do Noah.
    Não sei porque mas eu odiei a Beth, e deve ser um dos motivos de eu não ainda ter pego o Dare to You, acho que vou querer jogas na parede.

    Bjks, sua linda

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  3. Aii faz tempo que li esse livro e confesso que. apesar de todo mundo super elogiar e fazer aquele barulho em relação à ele, eu achei meio sem graça. Assim como você achei o drama da Echo tão pouco dramático e a autora fez todo um circo em cima dele. Sério, podia ter sido melhor.
    Não sei, muita coisa nesse livro não funcionou pra mim. Ainda mais que ele era tão comparado com Belo Desastre e talvez por isso eu tenha me decepcionado horrores com ele.

    Beijos
    @Jeh_Polato
    http://www.ajessicadisse.com/

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  4. Oi Eve,
    Li esse livro já faz um tempinho e confesso que esperava mais. Parece que essa onda de New Adult esta ficando muito "mais do mesmo" sabe? Todos os enredos parecem iguais ou com temas similares. Gostaria de ler um new adult com um drama mais plausível.
    Beijos

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