O Clube do Livro (Pt. I)

É estranho que eu nunca tenha falado especificamente sobre o Clube aqui, afinal, é algo que faz parte da minha vida ha mais de um ano. Eu estava pra escrever esse post há muuuuito tempo, mas minha mente jurava que já havia escrito e eu perdera o arquivo, então acabei adiando ainda mais a postagem, porque tive que reescrever tudo que imaginava já estar pronto.

O Clube de Livro Campo Grande teve seu primeiro encontro em março de 2012, logo após uma sessão de Jogos Vorazes e aconteceu na praça de alimentação de um shopping daqui da área (conhecedores reconhecerão).


Esse primeiro encontro contou com a presença de apenas quatro pessoas, que eu considero as pioneiras da ideia. Não consigo lembrar quem teve a ideia e falou ‘vamos criar um clube do livro! (será que fui eu?)’ mas sei que foi porque notamos que morávamos muito longe dos locais onde normalmente ocorriam encontros de clube de livro aqui no Rio. Lembro que eu pensei que eu poderia criar meu próprio clube, ora, como não? Então, eu e Vivi decidimos chamar oz'amigo e fazer um encontro para falar sobre livros que líamos e queríamos comentar com mais gente (além de eu com ela e ela comigo). Nath e Henri já eram amigos e sempre conversávamos sobre livros, então eles aceitaram e acharam a ideia do Clube uma boa

Embora tenha sido praticamente um encontro fechado, eu adorei o primeiro clube. Foi algo bem ‘familiar’ porque já éramos amigos e tudo mais então acho que foi um bom começo. Não temos muitas fotos do encontro porque 1 – aconteceu no meio de uma praça de alimentação 2 – acho que tínhamos poucas câmeras e não eram tempos de Instagram e nem tínhamos lá esse vicio de Facebook. Apesar do começo modesto, decidimos levar a ideia adiante e continuar fazendo nossos encontros uma vez por mês, no primeiro sábado.


O segundo encontro também foi na pracinha do shopping (oh-vida) e dessa vez a Vivi nem pode participar porque teve alguns imprevistos. Mas o trio estava lá e de quebra tínhamos uma figurante – pra fazer volume (valeu dona Ana Maria!). O encontro foi sobre livros da diva Meg Cabot.

Uma coisa legal sobre esses primeiros encontros é que nós realmente nos programávamos e organizamos tudo com mais calma (naquela época eu estava desempregada, então digamos que eu tinha mais tempo livre!). Tinha pouca gente, mas as coisas eram bem planejadas #saudades_organização. E nós também fazíamos brindes personalizados e isso é algo que realmente sinto falta! Hoje fica difícil fazer porque aumentou muito o numero de gente que participa (oh-glória!), mas principalmente, porque eu e Viviane (que organizamos a maior parte) trabalhamos e não conseguimos criar sempre coisas diferentes e especiais para cada encontro :/ #saudades_criatividade.

A mudança ocorreu no terceiro encontro. Eu conhecia essa livraria do bairro e na cara-dura, fiz contato perguntando se eles por_acaso não teriam um espacinho livre para reunir um grupinho de amigos que gostavam de ler e conversar sobre livros. Numa dádiva dos céus, o diretor era (é) uma pessoa que gosta de apoiar esse tipo de iniciativa e foi super receptivo. Ele não só achou legal como também liberou o espaço totalmente for free \o/ Foi um momento de emoção na minha vida porque foi a primeira vez que ‘criei’ um projeto, fui atrás de parceria e consegui - fora da vida online.

Obviamente, fiquei radiante por não mais precisar reunir a galera na pracinha do shopping! Chamei todos os amigos from the block que eu sabia que gostava de ler. Alguns eu nem conhecia pessoalmente e tive contato só por redes sociais (oi Tiff, oi Carol). Fiquei animada imaginando que esse encontro seria um marco! Casa nova, gente nova!!! Mas COMO A VIDA É UMA CAIXINHA DE SURPRESAS, no dia tudo desandou. Com tudo planejado para o encontro sobre Presentes da Vida (e Emilly Giffin) as únicas pessoas que apareceram foram..... *APERTEM

Eu e Vivi

Juro, aquilo foi um banho de água congelante! Poxa, eu havia pedido um espaço numa livraria para um clube de leitores!! Imagina a minha face quando ninguém apareceu? Por sorte, o pessoal lá da livraria era (é) super legal e nem fizeram pouco caso de nós (pelo menos não na minha frente). Nosso espaço era uma sala no segundo andar, então não ficava gente entrando o tempo inteiro para nos incomodar (e ver nosso grande público -qqqq). Desconfio que eles tenham me achado um pouco louca pensando ‘coitada dessa garota, acha que tem um clube de livro! Por que ela não chamou a amiga em casa?’, mas enfim! Foram educados e nem ficaram rindo da gente quando fomos embora após uma hora e meia sem que mais ninguém tivesse chegado #chatida.

uma pena que ninguém tenha ido porque esse encontro teve os brindes mais legais, depois das amoras-cadeado...

Apesar do fracasso desse terceiro e emocionante surpreendente encontro, sou conhecida pela minha determinação (sqn) e juntamente com Vivi, decidimos que não era para nos abalar e apenas nos organizar com mais antecedência, chamar nossos amigos (ou implorar se preciso fosse) e preparar o 4º encontro! Esses primeiros encontros eram A GRAÇA dos meus inícios de mês. Mas esse post já está grande demais e vou deixar o relato para o próximo!  E vocês, participam de algum clube de livro?

Eu Li: O Fim de Todos Nós (The Way We Fall)

Esse livro foi lançado a um tempinho e eu tinha muita curiosidade em ler porque é de uma autora que, embora eu não tivesse lido nada, sempre depositei muita fé. Na verdade, eu queria muito ler o outro livro da Megan Crewe, Give Up the Ghost, mas como a editora lançou este, eu quis conferir.

Kaelyn tem 16 anos, está no ensino médio e mora numa ilha próxima a costa dos EUA com sua família. O pai é microbiologista e trabalha no hospital. A família morou um período em Toronto e Kae não gosta muito da ideia de voltar a morar na ilha depois de ter vivido ‘fora’, mas como não tem alternativa, está decidida a ser uma nova garota e fazer outros amigos. Ela começa escrever um diário se dirigindo a um amigo com quem perdeu o contato. O diário é uma tentativa de deixar os dias registrados para um futuro encontro e pedido de desculpas, já que agora ele mora em NY. É por esse diário, na visão de Kae, que ficamos sabendo os acontecimentos.

A vida seguia seu curso, com Kae escrevendo seus dias, até que o pai de uma amiga dela morre depois de contrair um estranho tipo de vírus. Aparentemente, é uma gripe, causando tosses, espirros, coceiras e febre, mas num estágio mais avançado, ele também tira a inibição e deixa as pessoas com certa carência afetiva, coisas que só colaboram para a proliferação da doença. O que começa como um caso isolado, rapidamente se espalha e ganha proporções inimagináveis. Logo, a maior parte da ilha está doente e o governo decide isolá-los numa quarentena, preocupados que a epidemia chegue ao continente. No inicio, trabalham em conjunto, para que desenvolvam um tratamento, mas após a situação se tornar um pouco mais grave do que o esperado, eles são abandonados a própria sorte e é aí que as coisas ficam desesperadoras. #triste

Demorei muito pra concluir a leitura, em parte por conta da minha falta de organização tempo, em parte porque fiquei achando que não estava gostando como imaginei. Diria que passei 2/3 do livro com um sentimento de decepção, porque a leitura não estava fluindo pra mim, apesar de ser um tema bem interessante. Mas aí passei por um episódio pessoal e quando continuei a ler, vi as coisas com outras perspectivas. Acho que a autora escolheu um tema tão legal para escrever e talvez meu maior problema tenha sido todo o clima de devastação que envolve a protagonista.
Quando o assunto é ciência, sorte só quer dizer que você ainda não descobriu o motivo.
De modo geral, o livro tem uma atmosfera densa, apesar de uma narrativa simples e ágil. Mas também, o que eu podia esperar de um livro chamado 'O fim de todos nós', que faz parte de uma trilogia nomeada Fallen World? Tenho problemas com livros que retratam guerra, e apesar deste não ter uma guerra claramente declarada, todo o clima de tensão, a população abandonada doente, as mortes, a falta de providencias da parte de quem deveria estar se preocupando, o egoismo e o medo dominando.... Acho que nesse ponto a autora soube retratar os acontecimentos muito bem: tem o grupo que ajuda, os doentes e aqueles que aproveitam a situação pra criar baderna. É uma crítica social muito boa. Imagino o seria de nós se passássemos por algo do tipo. Acho que o pavor deixa as pessoas realmente descontroladas.
A verdade é que a natureza não está nem aí para nada nem ninguém.
A natureza não tem sentimentos ou moral; são só alguns acasos que às vezes funcionam em favor de um bando ou de outro rebanho, e que às vezes extinguem alguma espécie.
Então, antes do meu ato de reflexão, estava bem desestimulada a continuar a série, mas agora acho que preciso continuar, porque quero saber onde aquilo vai dar. Não gostei muito de terminar a leitura sem saber o motivo do aparecimento do vírus, a causa da mutação e o porquê da contaminação tão rápida; acho até que foi uma grande jogada da autora, para nos fazer querer ler os livros seguintes.
Um acaso qualquer deu a este vírus uma chance de infectar nossos cérebros, e de se espalhar ao fazer com que suas vítimas queiram a companhia de outras pessoas. E, para a natureza, pouco importa se venceremos nós ou o vírus, dá no mesmo.
O enredo no geral, me lembrou bastante dois filmes: Epidemia (a questão do isolamento) e Fim dos Tempos (os sintomas estranhos que as pessoas desenvolvem). É um tema que sempre me interessa, adoro filmes no estilo, então acho que também foi um dos motivos para eu querer ler. Acho que se você curte o assunto, é uma boa dica de livro. Meu pesar é mesmo a falta de explicação com que terminamos, tendo que esperar a continuação para descobrir algo mais. Não é um livro que eu indique a todos, mas trata de um assunto bem diferente e se você curte os tipos de filme que comentei, vale a pena ler.

Eu Li: Como Salvar um Vampiro Apaixonado (Jessica Rules the Dark Side)

Como Salvar é a aguardada continuação do livro ‘Como se Livrar de um Vampiro Apaixonado’. Eu fiquei mega feliz quando a editora Arqueiro finalmente anunciou que lançaria a continuação, pois houve um momento de incertezas para os fãs da série, quando a editora não sabia (ou divulgava) se iria lançar ou não. A duologia ainda conta com um conto intermediário, sobre o casamento de Lucius e Jessica (leia aqui). A resenha pode ter algum spoiler sobre o livro anterior, leia se estiver acompanhando.

Na continuação, vemos a vida de Jessica e Lucius após o casamento, numa espécie de pré-reinado, quando eles estão se preparando para virar Rei e Rainha dos clãs vampirescos da Romênia. Acontece que princesa Antanasia não imaginava que ser governante seria tão aterrorizante. Ter que lidar com um grupo de anciões, presidir julgamentos e destruições e tentar convencer o povo de que ela está pronta para ser a rainha acaba sendo mais complicado, ainda mais quando ela mesma não se sente pronta para tal. Lucius, como o príncipe que é, a apóia e dá todo suporte necessário, mas como Jess vai se virar quando ele não estiver por perto?
O medo é o pior tipo de sepultura, pois enterra gente viva."
Comecei a ler o livro sem ter nenhuma noção da história (as always), mas pelo título, acho que fica fácil imaginar que algo acontece! Dessa vez a história é narrada por Jessica e também por Mindy, a-melhor-amiga, e eu gostei demais das partes narradas por ela: são bem dinâmicas e ela sempre tem os pensamentos mais engraçados; acho que rolou uma identificação porque somos realmente parecidas! Lucius também narra algumas coisas, por meio de emails que envia ao primo Raniero Lovatu (o Ronnie que eu amei  sério, amores para esse personagem) – e as partes do Lucius são tão divertidas porque ele é tão antiquado! Raniero também envia emails e cartas a Lucius, então temos 4 narradores e isso proporciona uma boa visão geral dos acontecimentos, o que ajuda a montar  quebra-cabeças.
Haverá algo mais perigoso do que o desejo de viver livre do perigo?"
No inicio do livro Jess está muito deprê devido todas as mudanças recentes na vida. É compreensível, afinal, ela saiu do ensino médio diretamente pra um casamento (com o amor da vida dela, mas calma) que vinha com mais um monte de responsabilidades que ela nunca pensara ter. Então, apesar de feliz por estar com Lucius, ela também está chateada por estar longe dos pais, do lugar que sempre morou e da vida a qual estava acostumada #quepeninha.

Porém, depois que um misterioso acontecimento ocorre no castelo dos Vladescu e ameaça a existência (a.k.a. vida) de Lucius, Jessica é obrigada a deixar os dramas de lado e correr contra o tempo para salvar a vida de seu amado marido (que amor, gente). E é nesse ponto que a história começa a ganhar fôlego e vai ficando mais interessante e envolvente a cada página. Se no inicio Jess pouco lembra aquela heroína ousada e corajosa do primeiro livro, aos poucos vai relembrando quem é e se tornando mais poderosa. Ela demooora, mas consegue!

Eu não sou uma grande leitora de mistérios, nunca li Agatha Christie e o que li de Sid Sheldon não me transformou numa especialista, então, fico feliz em compartilhar que eu descobri o grande mistério bem antes da revelação oficial. Na verdade, acho que fica bem óbvio, mas nem por isso a tensão fica menor, porque o grande lance é descobri o porquê e como e não apenas o quem. O livro é bem envolvente neste quesito, sem contar que a autora trabalhou o mistério muito bem e o clima geral de desconfiança deixa tudo bem empolgante. Mesmo já tendo 95% de certeza sobre quem era, fiquei confusa em alguns momentos sobre quem mais poderia estar envolvido e isso nos faz querer logo terminar o livro. Tive que parar a leitura, pra tomar um ar e me preparar para o que viria várias vezes, porque havia momentos em que eu chegava a duvidar de tudo - e TODOS! 

Enfim, leitura recomendadíssima pra quem leu o primeiro e também uma boa leitura de vampiros para aqueles que querem algo diferente do amor impossível entre seres incompatíveis (oi?). Meu único pesar é que sempre fico querendo mais, mesmo sabendo que acabou!

PS: Um espacinho só pra dizer como eu adorei esse título! Ficou tão conveniente! Adoro os nomes dos livros no original e acho que a editora conseguiu por um nome que mantém a ideia original e ainda combina com a essência do livro!

Eu Li: Cidade dos Ossos (City of Bones)

Depois de anos, finalmente li CdO!!! Primeiramente porque ele foi o livro em debate do meu Clube do Livro em Julho e também porque eu precisava ler antes que o filme estreasse nas telonas – afinal, é sempre mais interessante ver o filme tendo lido pra poder ficar reclamando de tudo.

Claire é uma humana aparentemente comum, que sempre viveu sua vidinha comum em NY com a mãe. Ela tem um melhor amigo que é apaixonado por ela, mas ela não percebe (quem diria). Tudo ia bem até esse dia em que começamos a leitura (). Ela e o amigo, Simon, estão numa boate quando Clair vê um grupo estranho perseguindo um cara. Acho que sobre a sinopse todos já estão mais ou menos inteirados então, o fato importante é que ela descobre que na verdade não é uma garota como eu ou você (ou alguma que você conheça, caso seja um garoto) e sim alguma espécie diferente de pessoa, que consegue enxergar o submundo e seus habitantes.

Como vocês podem ter notado pela minha sinopse resumida e super bem humorada (qq) eu não estou incluída nessa parcela da população de leitores que se encantou pela história de Cassie Clare. E devo me defender dizendo que eu tentei, TENTEI mesmo gostar. 

Comecei a leitura de peito aberto, e mesmo sendo em 3ª pessoa, não me deixei abalar – afinal, já havia lido Anjo Mecânico e apesar de no inicio não ter ficado empolgada, terminei a leitura super animada e ansiosíssima pelo que viria a seguir (que alias, até hoje não li ¬¬). 

Não consigo especificar exatamente o que não gostei, mas acho que o que mais me incomodou foi a sensação de estar sendo enrolada. Tem alguns capítulos no decorrer da história que achei completamente desnecessários – do tipo que ‘dava pra passar sem’, mas estava ali pra encher páginas. E aí tem algumas ações/reações que achei forçadas ou idiotas. Tive algumas surpresas, mas foram todas ‘nooossa! Que imbecil’ (diferente do que ocorreu com Anjo). E aí tem o Jace, que todo mundo ama e acha tão fantástico e eu só achei um grande porre! Ele em umas sacadas boas, mas eu já o estava achando tão antipático que não dava pra curtir. Nem penalizada eu fiquei quando a ‘outra descoberta’ foi feita porque 1. já sabia a verdade, e 2. achei que foi um recurso tão clichê da autora... E nem vou falar da minha decepção com o ‘poder’ de Claire...

Como é uma série que já esta muito adiantada, eu já sei altos spoilers, então também não posso dizer que estou ansiosa pelas continuações . Na verdade, terminei a leitura sem entender COMO e POR QUÊ esse livro fez tanto sucesso. Não é que eu ache minha opinião suprema, mas entendam, não sou uma leitora exigente – sei disso. Eu costumo gostar da maioria das histórias que leio, basta que ela tenha algum fator divertido/surpreendente. Meu gosto literário é definido de uma forma que raramente desejo ler algo que não vá me agradar. Eu dificilmente falho. E acho que quando isso acontece, fico frustrada. E foi assim que me senti com essa leitura: frustrada por não ter gostado, por não entender como montes de gente gosta. Quase me sinto excluída e pensando ‘será que tem algum problema comigo?’. Conversando com a galera do clube, me disseram que a série melhora bastante no segundo e terceiro volumes, e eu ainda pretendo ler esses outros (talvez na época do filme (SE), não tenho pressa por enquanto). E isso é outro ponto que me faz pensar: se eu não soubesse que a série melhora e tivesse lido quando só haviam lançado o primeiro volume, será que eu teria vontade de continuar?