Eu Li: Vingança (Vendetta)

Vingança foi um dos livros que comprei na Bienal 2015 e estava na minha lista de desejados do Skoob, então considerei uma ótima compra - ainda mais porque paguei preço promocional. Havia me interessado pela trama ao ler a sinopse e eu realmente esperava gostar (parecia a receita do sucesso YA + família misteriosa com gatinhos italianos), mas eu juro que não esperava que esse livro fosse me surpreender TANTO!

Vingança é narrado por Sophie Gracewell. Sophie está trabalhando na lanchonete de seu pai durante o verão. O plano é que ela assuma a lanchonete após completar 18 anos, mas essa ideia não a empolga muito. Enquanto isso, ela e amiga Millie trabalham lá para juntar dinheiro. Seu tio é o responsável pela administração do local enquanto o pai está longe, mas até o tio anda meio distante. Um acontecimento no ano anterior fez com que todos os amigos de Sophie se afastassem e agora ela só conta com Millie, mas isso nem importa porque Millie é a melhor amiga que alguém poderia querer

No bairro em que Sophie vive, Cedar Hill, existe uma velha mansão abandonada que é repleta de boatos em relação a sua história: a mansão Priestly. Sophie sempre passa pela mansão quando vai para casa após o trabalho e num belo dia ela percebe que não só a casa foi restaurada como uma família acabou de se mudar pra lá, família essa que conta com jovens rapazes ítalo-americanos misteriosos. Sophie fica curiosa sobre quem são os rapazes Priestly, ainda mais porque os boatos sobre eles não são nada amigáveis. Num desses acasos da vida, Sophie acaba conhecendo dois dos rapazes, Nic e Luca, quando eles vão a lanchonete no turno dela e, mesmo com todos os avisos para que ela não se aproximasse daquela família, Sophie e Nic acabam se evolvendo. 

A narrativa desse livro é simplesmente sensacional e logo no inicio eu já fiquei dando pulinhos e gritinhos de emoção com os acontecimentos - a trama é bem ágil e o clima da narrativa colabora para a leitura rápida. Por todos os avisos e pelo que captamos, a gente logo percebe que há algo de perigoso com os irmãos Priestly, mas nem isso é o suficiente pra nos impedir de torcer por Sophie e Nic. O livro também é muito divertido e as partes onde Sophie está conhecendo a família me fizeram ter crises graves de riso - eu tenho a sensação que nem todo mundo vai achar tanta graça assim, mas o fato é que eu ria só de lembrar os comentários de Sophie - e Millie - sobre os rapazes.
— É tão difícil desviar o olhar - provocou Úrsula, alheia a raiva elevando-se da conversa deles — E veja aqueles olhos. De onde eles são?
— Do paraíso? - chutei, e nós duas rimos. Eles eram tão exóticos, tão diferentes de qualquer pessoa já vista em Cedar Hill.
O livro tem boas doses de mistério e romance e isso mantém o ritmo da leitura muito bom. Os capítulos sempre terminam de forma que você não quer parar de ler porque sempre há algo mais a descobrir. Fiquei lendo até de madrugada para conseguir achar um ponto para parar a leitura e então voltei a ler logo que acordei, porque eu precisava descobrir o que estava acontecendo. Acho que a autora soube dosar muito bem os ingredientes pra fazer uma boa trama.

Pra um livro em primeira pessoa, gostei muito de como Sophie lida com todas as coisas que descobre porque, embora a gente imagine que há algo sobre aquela família e a máfia (isso está na divulgação, não é spoiler), a gente não consegue fazer ideia de COMO tudo isso está relacionado a Sophie. E além disso, todo o mistério envolvendo os irmãos é realmente instigante. Luca, o irmão mais velho de Nic é aquele tipo de personagem que a gente tem que odiar - ele é um dos que mais interfere no relacionamento dos dois, mas ele tem participações tão fundamentais que ao final da leitura eu já estava torcendo por ele e entendendo suas motivações. Ele é um implicante e chato, mas que eu consigo defender! Nic  é apenas incrível e eu realmente não sei bem como lidar com esse tempo que precisarei ficar longe dele.
— Ignore o Luca. Isso é apenas uma tentativa malsucedida de humor. -  interrompeu Nic, lançando um olhar reprovador para o irmão em meu nome.
— E meu jeito de apontar que ela é pequena - acrescentou Luca.
— Obrigada Sherlock. Eu sei que sou pequena.
— Só estava me certificando.
— Você por acaso tem algum filtro entre o cérebro e a boca? - perguntei.
— Tento não usá-lo demais. - respondeu ele, despreocupado.
tem muita gente como Luca pelo mundo...
Os momentos finais do livro são repletos de reviravoltas e muita tensão! Eu já tinha encaixado grande parte do quebra-cabeças mas Catherine Doyle fez questão de deixar algumas cartas na manga e eu fui surpreendida em diversos momentos. Toda ação ao final do livro é muito emocionante e empolgante então eu gritei muito enquanto lia! Não estava conseguindo lidar com tanta coisa... Mas fico feliz em saber que, pelo modo como terminou, posso esperar ainda mais mistérios e reviravoltas na continuação. #vemlogo2016

Essa leitura me impressionou tanto que fiz alguns Snaps (cdevellyn) e enquanto terminava a leitura tive um surto no Twitter (segue lá) porque as coisas foram realmente TENSAS nos momentos finais e a autora foi uma super fofa em me responder! Ela disse que eu precisava ler a continuação - Inferno - e eu super concordo, mas a questão é que o livro será lançado só ano que vem lá fora e eu já estou começando uma campanha aqui pra Agir Now publicá-lo ao mesmo tempo (ou bem próximo). Sério... Que trama adolescente boa! Cheia de reviravoltas, romance, ação, drama... Preciso da continuação asap! #SangueporSangue

Eu Li: De Repente (Suddenly Royal)

Fiquei interessa em De Repente quando recebi um email de news da editora Pandorga há algum tempo. Solicitei o livro na época, mas ele nem havia sido lançado então não estava certa que o livro seria enviado depois. Acordei no feriado com minha mãe me entregando um livro surpresa e fiquei mega empolgada quando vi qual era. Resolvi começar a leitura imediatamente, uma vez que queria algo fresco para o feriado e esse livro me pareceu ideal. 

O livro é narrado em primeira pessoa pela nossa protagonista real Samantha Rosseau. Sam, como gosta de ser chamada, é aluna de pós-graduação numa universidade em Minnesota, onde também leciona aulas e  trabalha num centro de reabilitação de aves. Sam é bióloga especialista em pássaros e vivia sua vida entre o trabalho, os estudos e os cuidados ao paidastro doente. Tudo muda quando a universidade recebe a visita do príncipe e sua tia e por mais estranho que possa parecer, eles querem se encontrar com ela. Sam pensa se tratar de algum tipo de doação que a família real de Lilária pretende fazer ao seu programa com pássaros, mas como o nome do livro sugere, ela acaba descobrindo que na verdade, faz parte dessa realeza. Sam é uma duquesa perdida e a família real está em busca de membros espalhados pelo mundo (uma coisa bem Anastasia). Passado o choque inicial e vendo a confusão que sua vida se tornou por apenas continuar fazendo o que sempre fez, Sam aceita o convite da Duquesa e o Príncipe Alex para se mudar para Lilária e reassumir as terras e responsabilidades de sua herança familiar.

Pra começar, devo dizer que o livro cativa logo nas primeiras paginas porque a narrativa da Nichole Chase é realmente muito boa. É daquele tipo que parece que você está ouvindo um relato de uma amiga. E Sam é maravilhosa porque ela tem os pensamentos que qualquer um teria, além de ter um sarcasmo afiado - e eu adoro isso. Sam bem que tenta levar uma vida normal, mesmo quando toda a imprensa começa a persegui-la querendo saber mais sobre a duquesa americana, mas vendo que tudo estava mudado pelo simples sobrenome de sua família, ela decide encarar o desafio de ir pra outro país e fazer parte da realeza. Achei especialmente interessante o fato de Sam não ser a princesa de fato. Ela é uma duquesa e achei isso um frescor, já que histórias de moças que se descobrem princesas são mais comuns.

Li esse livro numa empolgação só. Não apenas Sam é uma ótima narradora e protagonista como o príncipe Alex... O que dizer sobre príncipe Alex? Ele é apenas maravilhoso, amigos! Confesso que minha imagem mental dele sempre foi algo entre príncipe Harry e aquele ator Chris Carmac, mas voltando aos aspectos relacionados a personalidade, nossa Alteza Real é muito fofo, inteligente, divertido e apaixonante! Eu quase não conseguia dar intervalos na leitura porque cada vez que o príncipe aparecia eu só conseguia ficar toda abobalhada e suspirar um 'ahhh, príncipe!'. Fazia tempos que não me encantava tanto por um mocinho. Ele é realmente um príncipe encantado.
— Samantha? - a voz de Alex trouxe minha atenção de volta para ele. — Ele está nos dando alguns minutos para conversarmos.
— Ah. - olhei para os olhos dele e fiquei sem palavras. De novo.
— Você diz as coisas mais profundas. - Alex riu suavemente.
— Fique quietinho, Alteza. - apertei os olhos.
— E então quando encontra alguma coisa para dizer, é sempre tão gentil. - Alex veio até mim e colocou o meu cabelo atrás da orelha.
O romance entre os dois é algo muito bom de acompanhar também. Assim que se conhecem, já notamos que rola ali uma tensão sexual entre eles, mas as coisas não são apressadas nem lotadas de drama como costumamos ver. Na verdade, eles desenvolvem uma relação de amizade (repleta de tensão, ok), que torna tudo entre os dois muito mais interessante de acompanhar. Também é de um enorme alivio notar que não existe um triangulo amoroso ali. Mesmo com o passado cabuloso de Alex, isso não é um fator determinante no envolvimento entre eles. Na verdade, eles só demoram a ficar juntos por questões de Sam em relação a exposição e ainda assim, é muito fofo perceber a paciência e dedicação de Alex a ela, a eles.

— [...] Isso significa que podemos ser amigos agora? Acho que vou precisar de algumas pessoas ao meu lado.
— Vou tentar por você. - ele passou os olhos pelo meu corpo e eu sacudi minha cabeça. — Por enquanto.
— Amigos não cobiçam os amigos.
— Eu disse que iria tentar. Não prometi nada. - ele sentou-se de novo em seu lugar e riu. — Tenho a impressão de que nossa amizade vai ter uma vida útil.
— Uma vida útil?
— No fim, ou você vai me detestar, ou vai acabar na minha cama. - seus olhos ficaram escuros. — E sei qual opção eu prefiro.
#sabemosondeissovaiparar
Também não posso deixar de citar os coadjuvantes dessa trama. A melhor amiga de Sam, Jess e o namorado são outros personagens muito interessantes e o pai de Sam... É linda a relação entre eles, me emocionou muito! O livro tem partes bem divertidas, mas em compensação as partes emocionantes me fizeram chorar de verdade. Na parte de Lilária, adorei o assistente de Sam, Chadwick e também a princesa Cat, irmã de Alex. Confesso que quando Sam foi a Lilária assumir as coisas eu estava esperando acontecimentos totalmente diferentes, mas adorei que a autora surpreendeu e não tomou a solução mais óbvia. O livro é bem grande, mas tem muita fluidez e acredito que a autora conseguiu criar algo coerente sem recorrer a algumas fórmulas que conhecemos. 

Se você procura referências ao inciar uma leitura, eu diria que esse livro tem algo de Um Príncipe em Minha Vida feat O Diário da Princesa, mas com cenas hots no meio. Nunca li O diário, mas Um príncipe é um dos meus filmes favoritos, então talvez toda essa questão da realeza e identificação tenha colaborado, mas ainda assim, acredito que a forma com que Nichole conduziu a trama - tem boas questões, é dinâmica, tem romance, dramas e diversão - tenha formado a combinação perfeita para agradar até quem não é lá muito fã de enredos do tipo.

Terminei a leitura querendo mais, essa é a verdade. Preciso saber o que aconteceu com esse casal que eu tanto amei companhar! A continuação já foi lançada por aqui, Imprudente. Mas essa é uma dessas séries em que as continuações acompanham outros personagens e pelo que vi, esse #2 foca na irmã de Alex, a princesa Catherine. De todo modo, quero ler, ainda mais porque continuamos a acompanhar a vida dessa realeza que tanto amei!