Eu Li: Pó de Lua

Pó de Lua é um dos lançamento nacionais da Intrínseca. Assim que ele chegou aqui em casa e eu pude vê-lo pessoalmente, meu primeiro pensamento é que esse livro - esteticamente falando - é a coisa mais fofa da vida. Ele é no formato de um caderno da Moleskine, e todo ilustrado. Particularmente, acho que ele é a versão feminina do Eu Me Chamo Antônio.

A autora, Clarice Freire tem um blog de mesmo nome e foi lá que seus textos ficaram famosos. Ela escreve poemas curtos, mas de uma forma ainda mais artística, fazendo desenhos com as palavras e brincando com seus significados e afixos.

Como o nome sugere, a Lua está presente na historia e os textos são divididos de acordo com as fases da lua. Todos os poemas tratam de assuntos que rodam nossa mente diariamente (principalmente a mente feminina, acredito eu) como amor, desilusão, saudades, sonhos, liberdade, mudanças, medos... Os pensamentos são bem curtinhos mas o estilo 'frase de efeito' é certeiro para encantar e fazer refletir - ou rir.

As passagens foram escritas para diminuir a gravidade das coisas e acho que Pó de Lua atnge esse objetivo. Acho que as vezes só precisamos parar e analisar algumas coisas - por que não com as palavras certas - para que elas se tornem mais leves, menos graves. O tipo de livro pra se ter na bolsa para folhear quando tem vontade de ler algo que de um pouco de serenidade! Por não ser um texto corrido, acho até mais inspirador quando a leitura não é feita de uma vez só, assim a gente consegue ler e internalizar melhor os trechos.


Não sei explicar o porquê, mas eu me identifiquei mais com os poemas da fase Crescente da lua... Não que sejam discrepantes entre si (as fases), mas enquanto lia eu acabei gostando mais dos que estavam nesta parte.

Tirei algumas fotos de passagens que eu achei ótimas e me fizeram dar um sorriso ao ler porque as vezes a gente lê certas coisas e pensa 'uau, isso é exatamente o que eu penso' e acho que é muito bom quando rola essa identificação com uma leitura despretensiosa.




O interessante neste livro é que mesmo não sendo um romance convencional - e eu realmente não tinha ideia de como escrever uma resenha pra um livro assim - a autora conseguiu ser de uma delicadeza enorme para falar sobre sentimentos. Acho que se você gosta de refletir sobre eles, vale a pena conhecer Clarice Freire e seu Pó de Lua!

Vídeo Especial Bienal 2014

E depois de quase um mês do evento, eu finalmente gravei meu vídeo mostrando os livros que trouxe da Bienal do Livro SP 2014!!! Aêeeeeeee! Graças ao meu novo editor - ou talvez seja a câmera - o áudio está bom mesmo sem fones, mas eu sempre recomendo fones pra você não assustar o pessoal da sua casa!

Avisando que este vídeo está enoooooorme e eu recomendo paciência. A demora é porque to contando toda minha trajetória da Bienal além do meu relato-dramático sobre o livro que eu quase perdi a chance de ter!

Não se assustem (muito) com essa minha cara de doida mostrando meu livrinho <3

Então é isso! Se você não é inscrito ainda, inscreva-se no canal e volte mais vezes!
Bjs

Eu Li: Seis Anos Depois (Six Years)

Seis Anos Depois é o mais novo livro do famigerado Harlan Coben a ser lançado aqui no Brasil, pela editora Arqueiro. Eu nunca havia lido nada do autor, mas estava curiosa para conhecer seu estilo já que sempre ouvi falar muito bem, então aproveitei o lançamento para pedir o livro para resenha.

A trama é narrada em primeira pessoa pelo nosso protagonista, Jake Fisher. Ele é professor universitário e há seis anos, perdeu o grande amor de sua vida, que o abandonou para casar-se com outro homem. Acontece que Jake nunca esqueceu essa namorada, Natalie Avery, e apesar de ter feito uma promessa a ela - de que a deixaria em paz, vivendo sua vida de casada - ele tem que quebrar a promessa após descobrir que todo o casamento de Natalie pode ter sido uma farsa. O fato é que eles viveram um romance intenso durante umas 'férias' e do nada Natalie o largou para casar com esse suposto ex. Jake foi ao casamento por ser masoquista pois precisava ver-com-os-próprios-olhos a mulher que amava se casar e então teve que prometer se afastar.
Eu segui em frente. Você enfiou a mão no meu peito, arrancou o coração, partiu-o e foi embora, mas juntei os cacos e toquei a vida.
Balancei a cabeça. Juntei os cacos? Nossa, isso foi horrível. Esse é o problema de se apaixonar. A pessoa começa a falar igual a uma letra ruim de música country.
Pois é.. Aqui no Rio isso seria o equivalente a uns pagodinhos... #vaiechora
Passados seis anos, Jake sem querer, vê o obituário de Todd - o tal marido de Natalie - e como bom masoquista, resolve ir ao enterro prestar suas condolências a viúva - e saber como ela passou esse tempo, já que o texto dizia que Todd deixara a esposa e dois filhos - e ele nem imaginava que Natalie havia tido filhos neste período. Mas chegando ao velório, ele percebe algo errado quando a viúva em questão não é a sua Natalie e sim uma outra senhora que realmente tivera dois filhos com Todd. Com toda a situação saindo dos trilhos, Jake não vê outra opção senão averiguar o que realmente aconteceu com Natalie (após o casamento) e ao dar uma de investigador, acaba se envolvendo na maior confusão. O que realmente aconteceu para Natalie o largar para casar com um ex que na verdade era casado com outra pessoa? Onde está Natalie? Porque Jake de repente virou alvo de uma organização criminosa? WTFH??
— Ele não foi considerado culpado?
— Correto.
— Mas há uma grande diferença entre não ser culpado e ser inocente.
O livro tem uma narrativa bem dinâmica, mas não conseguiu me prender como o esperado. Demorei umas boas semanas para concluí-lo. O que me deixou bem irritada na primeira metade de livro é que a gente não tem muitas respostas e coisas muito estranhas acontecem e esses mistérios, ao invés de me deixar ansiosa pela leitura, me deixavam cansada e eu não conseguia ler de uma vez. Na verdade, existe uma descoberta que Jake faz logo que começa a investigar, que dá uma boa ideia sobre o que está acontecendo e eu logo formulei uma teoria, só que, embora minha teoria inicial estivesse certa, demora muito para termos a confirmação e isso estava me irritando seriamente (eu sou super lesa e consegui imaginar, como o Jake não conseguiu?) rs

Claro que minha teoria confirmada é só uma pequena fatia da pizza e a trama toda é bem amarradinha e com um enredo cheio de detalhes que a principio não tem muito em comum, mas se ligam ao final de uma forma bem impressionante. Gostei de como tudo foi explicado e o fato das coisas terem uma explicação bem coerente, mas também achei o final bem corrido. Apesar de nada ficar de fora, fiquei com uma sensação de que tudo se resolveu muito repentinamente (mas isso sou eu sendo implicante). Outro ponto que não consegui comprar, foi o tal amor entre Jake e Natalie. Quem me acompanha sabe as minhas opiniões sobre O AMOR. Eu sou bem idiota quando envolve amor #fato. Mas o fato maior é que as vezes eu compro a ideia, e as vezes não. Achei a devoção de Jake a Natalie meio questionável. Pelo que entendi, o relacionamento deles durou menos de 3 meses e eu entendo que a paixão surja em até 3 dias, mas acho que encarar a morte por alguém que você não tem ideia se 1. tá vivo ou morto. 2. te ama ou te odeia. não faz muito sentido. Mas só digo isso porque o que Jake enfrenta no decorrer do livro é de fazer qualquer amor se esvair e mesmo assim o cara continua sua busca implacável por sua amada Natalie e pela verdade - repare as palavras,  Jake me lembrou um pouco Liam Neeson naquele filme em busca da filha.

Fora esses pontos que achei um pouco discutíveis, a trama é bem interessante e emocionante, cheia de mistérios e que deixa o leitor ansioso pelo que virá. Como comentei, é uma pena que essa ansiedade tenha provocado o efeito contrário em mim, mas acho que pra pessoas menos ansiosas e mais focadas (coisa que não sou), isso vá provocar o efeito certo. 

Confesso que pela fama do autor, e pelo que sempre li sobre os livros dele, devo dizer que terminei a leitura com um gostinho de 'foi bom, mas poderia ter sido melhor'. Não sei se foi minha alta expectativa que - como sempre - acabou estragando o que poderia ter sido ótimo, ou se este livro, realmente, não é dos mais instigantes e geniais de Coben. De todo modo, se você é fã do autor, não deixe de ler, e se quer conhecer o trabalho, também é uma boa opção, embora eu não tenha achado tudo isso. Acho que eu deveria ler o 'Confie em Mim' ou 'Cilada', que sempre me pareceram interessantes! Quem já leu?

Eu Li: A Verdade Sobre Nós (The Truth About You & Me)

A Verdade Sobre Nós é o primeiro livro da Amanda Grace que a editora Intrínseca lança. Eu quis ler assim que soube que seria lançado por aqui. Pra quem não sabe, Amanda Grace é um pseudônimo da autora Mandy Hubbard - que eu li Faça Seu Pedido e simplesmente me diverti horrores. Pelo que entendi, A Mandy usa o próprio nome nos livros mais leves e Grace para os livros com maior carga dramática. Eu adorei a escrita dela em FSP então queria conferir essa faceta mais adulta em A Verdade...

O livro é narrado em forma de carta e quem escreve esta carta é Madelyn Hawkins, nossa protagonista. A carta que ela escreve é direcionada a Bennet Cartwright e o motivo da carta é explicar a verdade sobre o (curto) relacionamento que eles tiveram. Então, começamos a leitura com Maddie escrevendo e relembrando como tudo aconteceu, desde o momento em que conheceu Bennet até a atual situação deles (onde ela escreve a carta). É como se nós estivéssemos lendo essa carta.

Madelyn está no Ensino Médio mas participa de um programa chamado Running Start que leva estudantes do Ens. Médio para fazer algumas aulas na faculdade e assim concluir o EM e ao mesmo tempo 'se adiantar' no curso que pretende cursar. Como esse programa sugere, Maddie é bem inteligente mas a gente sabe que nosso nivel de QI pode não significar nada em se tratando de amores [adoro_um_drama].

Logo no primeiro dia de aula ela conhece o professor de Biologia (vocês tem que admitir que existe algum fascinio em torno de aulas de Biologia), Bennet e se encanta por ele. Obvio que ela não esperava que ele também fosse demostrar algum interesse, mas é isso que acontece, logo na primeira semana. Mas Bennet está longe de ser um predador, pelo contrário, ele é todo certinho e logo que percebe que esta-rolando-um-clima-com-uma-aluna ele poe limites no relacionamento deles #chatiada.
Foi assim conosco. Um dia, éramos pessoas separadas. No seguinte, nos esbarramos e nenhum de nós teve a menor chance.
Uma ajudinha do destino (num desses raros momentos que o universo parece conspirar a nosso favor - ou no caso dela, parece por lenha na fogueira pra ver tudo queimar) e os dois começam a se encontrar fora das aulas, mas sempre mantendo tudo num nivel muito amigo. Bennet sabe os riscos que corre caso se envolva com uma aluna, então estabelece um prazo - o fim do semestre e das aulas na facul - para que eles possam se relacionar e-fe-ti-va-men-te, se é que vocês me entendem. E gente, quando digo isso, não pensem besteira! Eles nem se beijam e eu só ficava sentindo a tensão pelo ar quando eles estavam juntos e nem um beijinho podiam dar. ô_vida
Eu nunca havia me sentido espirituosa, sabe? Sempre me achei inteligente, mas jamais esperta, jamais espirituosa. [...] Mas você me transformava. Fazia eu me sentir inteligente, engraçada e ousada.
Mas é claro que durante todo esse tempo, Bennet nem imagina que Maddie é na verdade uma estudante do ensino médio menor de idade porque ela não chega a contar este pequeno detalhe a ele. A carta que ela escreve tem a intenção de explicar a ele porque ela nunca contou, porque ela realmente faz planos quanto a isso, mas não chega a realiza-los (Eu total entendo, se eu tivesse que esperar 4 meses pra beijar alguém eu não ia falar nada que pudesse comprometer esse fato. #EvellynSemCesura).
É possível esperar um dia com uma ansiedade constante e esmagadora.... e temê-lo quase na mesma proporção?
O mais legal é que durante a carta, a gente conhece muito da personalidade de Madelyn e dá pra entender as motivações dela (ou não). Maddie se sente muito pressionada pelos pais a ser 'a filha perfeita' e o fato de ter sido criada desde sempre com esse estigma acaba um dia fazendo a garota querer explorar outras facetas. Gostei muito de como a autora desenvolveu o relacionamento de Madd com a família porque acho que toda a questão familiar pesou muito nas atitudes delas. No fundo, ela só queria se libertar. Sair um pouco das amarras e fazer algo por si mesma e não o que esperavam dela. O lado negativo disso é que com a atitude que ela tomou, acabou arruinando a vida do pobre (e lindo) Bennet.
É difícil decidir o que ser quando você só se destaca naquilo que não quer ser. Essa era minha vida. Em preto e branco. E eu desejava cor.
Por ser em forma de carta, o livro tem uma narrativa continua e as passagens são separadas por marcadores (não por capítulos). Eu gostei bastante do desenvolvimento e fiquei bem chateada com o final de tudo. Fica claro desde o inicio (pelo teor da carta e o modo como ela se explica) que as coisas não terminaram bem, mas eu sou o tipo de pessoa que sempre torce pelo AMOR e acha que se tem amor no meio, as coisas TEM que dar certo, entende? Então, apesar de ter gostado porque a autora fez um final bem 'real' também fico sentida pois não foi o final 'ideal' que eu torcia.

Se você me perguntar se eu recomendo a leitura, vou dizer que depende muito do seu momento. O livro tem uma temática simples, embora um pouquinho polêmica devido as circunstancias. Eu gostei muito da história como um todo e devo dizer que me identifiquei muito com a protagonista (acho que é toda essa questão ilusória do amor, da idealização), com as angustias e atitudes tomadas. Mas definitivamente não é um livro 'simples'  de gostar. Acho que deve-se um pouco ao estilo da narrativa, que não é tão cativante assim que você começa a ler e a carta toda tem um jeito meio melancólico - quando você sabe que esta lendo sobre algo que vai dar errado; e um pouco por conta da protagonista, que pode parecer inconsequente e imatura. Eu não achei isso porque acabei me identificando (#confessin), mas realmente não é um livro que vai agradar a todos. O plot é muito bom, mas essa forma diferente como ele é contado acaba deixando-o menos cativante do que poderia.

Espero ter ajudado você a se decidir quanto a ler ou não este livro com a minha resenha! Se você já leu, comente comigo o que achou!