Eu Li: Um Presente da Tiffany (Something from Tiffany's)

Um Presente da Tiffany foi um dos lançamentos da Intrinseca no mês de fevereiro que fiquei interessada em ler antes mesmo de saber do que se tratava exatamente a história. Só o nome, a capa e a ideia que fiz do enredo foram o suficiente para criar interesse. Solicitei o livro para resenha e agora vou contar o que esse livro me passou. Melissa Hill é uma escritora que conheço faz tempos e já tinha interesse em ler (ela teve alguns livros lançados por aqui ha algum tempo por outra editora), mas ainda não havia tido a chance. Acho que esse foi um ótimo começo para conhecer o trabalho dela, Um Presente é um livro muito doce e que me fez sentir muito feliz enquanto lia.

O livro é narrado em 3ª pessoa e nos apresenta alguns personagens. Tudo começa na véspera de Natal na Quinta Avenida, NYC., Ethan Greene quer comprar um anel de noivado para sua namorada, Vanessa. Ele espera poder formar novamente uma familia, já que a esposa faleceu ha algum tempo e ele está feliz em ter encontrado uma mulher que goste de sua filha, Daisy, e que acredita, será uma boa mãe para ela. Gary Knowles também precisa comprar um presente para sua namorada, Rachel Conti, mas não quer algo tão comprometedor e definitivo. Apesar de Rachel ser a responsável pela viagem (um presente de aniversário) e ele estar muito grato a ela por tudo, quer apenas uma lembrança para comemorar a data. Com os presentes comprados, os destinos de Ethan e Gary acabam se cruzando num estranho acontecimento: Gary é atropelado por um táxi, no meio de toda a confusão da 5ª Avenida, e é Ethan e a filha que acabam socorrendo-o o que causa uma inexplicável troca de sacolas da Tiffany & Co e é aí que a confusão começa.

Num desses desenrolos que parecem improváveis, mas acabam se tornando bem plausíveis quando estamos lendo um livro bem escrito, Melissa Hill nos proporciona uma trama bem amarrada e totalmente surpreendente apesar de todos os acontecimentos.

Ethan é professor universitário e fica bem apavorado quando Vanessa abre o presente que deveria ser o inicio de uma mudança pra vida deles e da de cara com uma simples pulseira de berloques (da Tiffany, mas enfim). Apesar de notar que algo aconteceu, ele acaba não desmentindo porque o noivado seria uma surpresa e resolve tirar a história a limpo antes de se desesperar com o sumiço do anel. Por outro lado, Gary, que é empreiteiro e tem passado uma situação complicada com sua empresa nos últimos tempos, mal consegue acreditar na sorte (ou não) que teve ao ver que ao inves de uma pulseira, sua namorada estava recebendo de Natal um anel muito impressionante como presente.
Vanessa era tão atenta e sempre tão generosa e compreensiva a respeito da memória de Jane que Etah se viu apaixonado por ela mais uma vez. Viver a sombra de outra mulher seria, sem dúvida, um desafio para muitas, mas felizmente
não parecia ser o caso com Vanessa.
a gente tenta não gostar da Vanessa, mas aí, como, uma vez que Ethan pensa tão bem sobre ela?
Após o incidente, Gary acaba ficando internado e inconsciente por alguns dias e nesse período, Ethan descobre sobre o ocorrido e tenta resolver as coisas, mas sem ter como falar diretamente com Gary sobre o assunto, acaba entrando em contato com Rachel para que ela possa reaver sua sacola, mas nesse meio tempo, muita coisa aconteceu e Ethan fica sem ter como explicar a verdade a Rachel e decide esperar para falar com Gary quando este se recuperar.

Passadas as festas, Ethan, Vanessa e Daisy estão de volta a Londres enquanto Gary e Rachel já noivaram e estão de volta a suas vidas em Dublin. Sem saber como explicar o sumiço da pulseira, que foi substituída pelo anel de noivado, Gary aproveita que está na chuva para se molhar e acaba aceitando noivar com Rachel - não seria de todo mal, uma vez que eles se dão bem e Rachel é uma ótima mulher (acreditem, só de ficar com ele, ela deveria ser posta em um altar!). Enquanto isso, Ethan volta a entrar em contato porque precisa pegar seu anel de volta e pedir Vanessa em casamento.

Rachel é chef e junto com sua amiga Terri Blake, possui um pequeno restaurante/padaria em Dublin e seu negócio anda de vento em polpa. Ela não poderia ter ficado mais feliz com o pedido de Gary. Apesar de inesperado - ele nunca demostrara interesse em um compromisso mais sério, Rachel se sente a mulher mais feliz do mundo porque realmente ama Gary e mal pode esperar pra começar sua própria familia com ele.
Em termos de administração, o senso comercial de Terri e a criatividade de Rachel se complementavam. Embora as discussões fosses às vezes energéticas, em geral as risadas superavam as brigas. Rachel gostava do pragmatismo e da inteligência de Terri, que, por sua vez, adorava a paixão e a impulsividade de Rachel.
Eu não vou mais escrever sobre o livro porque esse resumão já se prolongou o suficiente (apesar de ser bem o começo do livro) e quero começar aqui uma pequena analise sobre o livro e os personagens. Como sempre digo, livros em 3ª pessoa não são minha opção favorita de narrativa, mas nesse livro achei a narrativa bem adequada. Com ela conseguimos ter uma visão bem abrangente dos personagens e também conseguimos focar em um ou outro dependendo da necessidade.

Ethan é um personagem que gostamos logo de cara. Ele é um pai amoroso e um cara muito decente, um tipo raro de se ver: gentil, educado, bem intencionado. Adorei a relação dele com a filha de oito anos. Aliás, Daisy, a filha, é uma criança muito fofa. As vezes ela parece muito adulta pra idade que tem, mas foi escrita de tal forma que ficou bem crível. Ela junta um pouco da inocência e ingenuidade infantil com algumas preocupações adultas - que são explicadas pelo histórico familiar e tudo mais.

Por outro lado, Gary é o tipo de personagem que parece que o autor não se esforça para tornar agradável ao leitor, entende? Senti certa antipatia por ele assim que a narrativa foca nele e isso se estendeu por boa parte da trama... Mas como gostar de um cara que se aproveita de uma situação inesperada e noiva com alguém por conveniência? O tempo todo a impressão que fica é que ele não tem muito apreço por Rachel e isso é realmente triste porque a gente nota o quanto Rachel o adora - mesmo contra todas as probabilidades e todos os avisos dos amigos.
Mas isso era típico de Gary: cronicamente atrasado e sempre passando dos limites. E embora quase sempre fosse uma característica charmosa, dessa vez Rachel ficou irritada [...]
me identifiquei com Gary neste momento, rs.
Rachel é outra personagem que a gente simpatiza logo. Ela é aquele tipo de pessoa fofa que sempre vê o copo meio cheio e eu tenho muita consideração por gente assim! Apesar dela não ser nenhuma coitadinha nem nada - pelo contrário, é uma mulher bem sucedida e de bem com a vida, apesar de namorar um cara tão mesquinho como Gary - passei boa parte do livro sentindo certa dó dela porque estava sento ludibriada no meio de toda confusão e nem tinha noção disso.
Sua cabeça dizia que não, mas lá no fundo seu coração parecia sentir o oposto. Decerto essa falta de consideração não era intencional; era uma falta de noção, mais do que qualquer coisa.
quando a gente fica se justificando pelo outro 
nos tratar mal...
Não vou me estender muito mais, mas quero registrar aqui que esse livro me surpreender MUITO, principalmente pelas lições (rs) que me passou. Talvez a capa e até a ideia inicial não te pareça muito atrativa (ou o contrário, como no meu caso), mas o fato é que esse livro é mais do que uma capa bonita e fofinha e assim como a capa, o próprio livro também representa isso. A mensagem final que fica é que não devemos nos enganar pelas aparências e que as coisas (e as pessoas) costumam ser muito mais do que a 1ª impressão que nos passam ou a ideia geral que fazemos delas por algumas ações e achei que Melissa Hill foi genial ao trabalhar isso - de forma um tanto despretensiosa até.

Li o livro em dois dias porque a história toda realmente me cativou e eu queria saber como aquela confusão toda ia se resolver entre eles e posso dizer que o final foi MUITO melhor do que eu esperava e adorei as reviravoltas que encontrei (de certa forma). Apesar de alguns momentos terem me feito ficar nervosa porque parecia que aquilo nunca ia se resolver (é muito rolo!), a autora soube escrever de forma que toda a confusão fosse admissível e eu gostei muito de como as coisas se resolveram no final de tudo. Além, é claro, dessa pequena lição que eu encontrei.

Recomendo muito a leitura, se você gosta de romances e de histórias que surpreendem. O livro todo tem um clima muito gostoso - mesmo que o Natal passe bem rápido, o clima todo do livro é muito bom. Tem algo de realmente mágico em toda a trama (apesar dele ser bem vida real e nada de fantasia). É o tipo de leitura pra se fazer com um sorriso no rosto e gostei muito de todo o clima de gentileza que rola entre os personagens nas mais variadas situações. LEIAM!

Um comentário:

  1. parece ser uma leitura bem leve e divertida. tem dias q uma leitura assim é perfeita. pretendo ler.

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